O projeto Escola Secundária, desenvolvido pelos arquitetos do escritório Carvalho Araújo Arquitetura, fica localizada em Lousada, Portugal, e integra um programa governamental liderado pela empresa pública portuguesa Parque Escolar EPE.
“Nós nos inspiramos muito no contexto da cidade e da comunidade escolar. É uma cidade nova, com a população mais jovem do país, e eles possuem uma área escolar que enfatiza as artes. Uma cultura progressiva”, comenta o arquiteto Joel Moniz.
O projeto intervém em uma estrutura existente e incorpora no conjunto parte dessas construções. Isto criou algumas limitações nos alinhamentos, volumes e nas alturas dos espaços. “A forma como integramos as construções existentes foi por baixo de uma pele que unifica o conjunto, criando um edifício mais horizontal e conectado com as áreas verdes, que transpõem os limites dessa pele metálica entrando por entre os pátios”, explica.
A intervenção realizada aproveita parcialmente os edifícios existentes. Fundamentalmente, o escritório utilizou elementos estruturais e algumas fachadas. “Usamos essas preexistências para provocar uma impulsão inicial ao projeto e criar uma maior diversidade na implantação”, conta o arquiteto.
“Tivemos particular interesse na ideia de evolução de uma escola no contexto de inserção urbana, na percepção da instituição enquanto elemento simbólico, nas características mais relevantes e na imagem que deveria transmitir”, relata Joel. Este processo de concepção gerou em um edifício com identidade própria.
A escola é uma praça rodeada de edifícios e jardins. O projeto enfatiza a ideia de abertura à comunidade e reforça o seu carácter institucional. Nos pisos superiores situam-se as principais áreas letivas e no térreo, as áreas de abertura à comunidade e de alunos.
O projeto cria uma organização que permite dar privacidade para as zonas letivas e facilidade de acesso para as áreas de abertura à comunidade. Um conjunto de blocos mais compactos e uma nova construção ocupam os espaços e caracterizam as fachadas, provocando dois níveis.
“Há uma transição entre os ambientes, sobretudo entre os espaços comuns que assumem uma linguagem muito semelhante ao exterior, com materiais mais duros e revestimentos metálicos. As salas são mais luminosas, com materiais mais quentes”, completa.
Para a iluminação, o escritório deu ênfase nas instalações técnicas. Conforto e eficiência foram as soluções chaves. Utilizaram sensores que medem a luz diurna para ajustar as necessidades e iluminação artificial, sobretudo nas salas de aula.
O projeto dispõe de um sistema de gestão técnica totalmente centralizada, controlando desde a ventilação até o aquecimento, a iluminação, as redes de dados, entre outros. Paralelamente, esses sistemas são integrados aos painéis fotovoltaicos e solares.
O projeto de paisagismo cria uma envolvente vegetação no edifício, dando continuidade às zonas verdes existentes e às áreas agrícolas. “O paisagismo estabelece uma transição das zonas com a área urbana, onde está localizada a entrada principal da escola. O acesso é feito por uma praça no interior, que também é envolvida pelos jardins. A própria fachada possui esse sistema para incorporar a vegetação”, finaliza o arquiteto.
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