A partir de um terreno generoso, com mais de 5.800 metros quadrados, o arquiteto Carlos Bratke projetou um edifício de apenas seis pavimentos, mas com estrutura imponente, que facilmente se destaca no entorno da região da Berrini, em São Paulo. O Edifício Jacarandá é marcante porque sua arquitetura valoriza uma fachada robusta e envidraçada, ao mesmo tempo que valoriza um layout prático de ocupação.
“Exploramos uma solução com um núcleo central – elevadores, escadas e banheiros – abraçado pelo edifício e usado há muito tempo em prédios antigos. A vantagem é que você não fica restrito a uma forma quadrada”, explica o arquiteto.
Para segurar os grandes vãos de 25 metros, uma arrojada estrutura de concreto foi projetada pelo engenheiro Aluízio D'Ávila. “Os vãos possibilitaram um ambiente totalmente aberto e flexível, ideal para a criação de layouts livres e simples”.
O layout repete-se no subsolo do Edifício Jacarandá, marcado também por espaços enormes, desprovidos do apoio de pilares. Ao eliminar qualquer necessidade de pilar interno, a garagem ficou livre, sem aquele emaranhado de colunas que dificulta qualquer manobra no estacionamento.
“Sem dúvida, o aspecto mais especial do edifício é sua forma: o espaço interno grandioso, os vãos enormes e estruturais. Cada vez mais tenho projetado prédios de escritórios evitando colunas centrais, o que me proporciona qualidade ambiental”, opina Bratke.
Para realizar as grandes empenas de vidro laterais, o arquiteto precisou fazer uma parruda estrutura metálica, viabilizada pelo calculista Flávio D'Alembert. Ela se projeta sete metros para fora do edifício, como se fossem abas, marcando o design da fachada.
Desde a entrada, o Edifício Jacarandá mostra-se acessível e amigável. O acesso de pedestres é feito por um pórtico coberto, que protege das intempéries, e leva à grande recepção de pé-direito duplo com 10 metros. No total, o prédio oferece 12.172 metros quadrados de área, com lajes de 2.105 metros quadrados privativos e uma cobertura de 705 metros quadrados. O mezanino é ocupado pelo teatro/auditório, além de áreas de serviço do próprio prédio, administração, segurança, vestiários e sanitários. A garagem oferece 60 vagas por andar tipo e 33 para a cobertura. Ela também dispõe de bicicletário e vaga para caminhão/fretado.
Com alto padrão tecnológico, o projeto dispõe de piso elevado, sistema de ar-condicionado VRF – Variable Refrigerant Flow –, eficiência energética, reúso de água e certificação Gold – US Green Building Council.
“Após ter conquistado o selo Gold, o Edifício Jacarandá concorre ao selo Platinum. Houve todo um acompanhamento de consultoria especializada em LEED, desde a escolha dos vidros da fachada, com tonalidade e absorção de calor voltadas ao conforto térmico e economia energética”, relata o arquiteto Carlos Bratke. Outra preocupação foi com relação ao reúso das águas cinzas e do sistema de ar-condicionado.
De acordo com Bratke, o projeto Edifício Jacarandá reuniu diversas equipes profissionais, que somaram qualidade ao resultado final. “A cor esverdeada/amarelada/acinzentada dos vidros da fachada foi escolhida após consulta feita à artista plástica Lúcia Kock, especializada em vidros. E a sugestão de consultá-la veio de um dos construtores – trata-se de um consórcio entre a Engeform e Bratke Collet”, lembra.
A arquiteta de interiores portuguesa Ana Costa foi responsável pela elaboração e escolha de materiais da portaria e do hall – balcão de recepção, catracas e halls de elevadores. “Além disso, também incorporamos a paisagista Isabel Duprat, que sugeriu o formato quadrado do espelho d'água desenhado por mim”, finaliza Bratke.
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