A fórmula para fazer um projeto arquitetônico de programa amplo em um terreno exíguo foi dada pelo arquiteto Carlos Bratke nesta residência em Brasília. A exemplo das construções encontradas no Distrito Federal, ela supera os 1.200 metros quadrados e reúne nos três andares um pavimento no subsolo para a garagem, que abriga nove automóveis, e um andar superior com cinco suítes.
É uma casa dentro de uma moldura, mas com volumes salientes. É como se enquadrasse o partido em uma brincadeira geométrica Carlos BratkeNo térreo, o pé-direito duplo confere magnitude ao estar e à sala de jantar totalmente aberta à cozinha. Proporções generosas também estão presentes na cozinha integrada, marcada por uma grande ilha. “Ela nada tem a ver com as usuais bancadas centrais pequeninas. Trata-se de um balcão totalmente livre das paredes, com metragem capaz de servir até ao ambiente da varanda. Um pedido dos moradores”, declara o titular do escritório de arquitetura Carlos Bratke - Arquiteto.
A residência ainda oferece salas de TV e de brinquedo, além de uma sala de descanso que se projeta para fora na fachada principal, formando uma caixa suspensa com varanda.
Um dos grandes diferenciais desta casa, segundo Bratke, é a moldura – como se fosse um arco –, que evidencia todas as linhas da construção. Isso acontece porque as empenas se projetam para fora, criando um design especial. “À medida que traçava as primeiras linhas fui vendo que poderia ousar ao jogar os quartos em balanço para fora, tirando partido do efeito dado pela estrutura projetada. O resultado é uma casa dentro de uma moldura, mas com volumes salientes. É como se enquadrasse o partido em uma brincadeira geométrica”, conta o arquiteto.
A impregnação da laje é perfeita porque nada aparece de fora: não há platibanda, nem uma viga maior na fachada – a viga é o próprio triângulo. Sobre a cobertura metálica foram instalados muitos painéis de energia solar que, praticamente, atendem a necessidade da casa em termos de energia. Outro recurso utilizado para a economia energética é a luz zenital nos banheiros. “É impressionante como a claridade é gostosa. Além disso, ela é muito mais efetiva do que a proporcionada pela janela. A abertura zenital tem a vantagem de deixar a luz entrar por cima e ainda trazer ventilação para o banheiro”.
Na parte inferior prevalece a ventilação cruzada; na superior, grandes janelas nos quartos voltam-se para uma varanda protegida por grandes beirais que favorecem o sombreamento e o conforto térmico no interior da construção.
Um reflexo de Brasília, a casa é basicamente concreto pintado na cor branca. A ideia de Carlos Bratke era modernizar a edificação a exemplo da cidade onde está inserida. “Não quis fazer concreto aparente natural porque enxergo a cidade hoje mais contemporânea, com suas casas em concreto aparente pintadas na cor branca”. Apenas o interior do andar superior – os quartos – recebeu pintura especial cimentícia.
Na arquitetura de interiores alguns detalhes chamam a atenção, como uma porta de entrada de aço, com furos quadriculados e fechados com acrílico colorido e transparente, ora instalados pelo lado interno, ora externo. “Essa maneira diferente de colocar o fechamento de acrílico deu um efeito interessante à porta”, expressa Bratke. Na decoração, o mobiliário ostenta peças de Sergio Rodrigues, um dos designers favoritos dos moradores.
Escritório
Termos mais buscados