Residência Txai

Elegância rudimentar

Texto: Marina Cabral

Bem próxima do mar, a Residência Txai se caracteriza por sua estrutura rústica, formada por réguas de madeira, telhado com águas em telhas vãs sobre ripa baiana, assoalho sem laje e empenas curtas.

A morada, localizada em Itacaré (BA), foi instalada sobre pilotis com interferência mínima no terreno. “Procuramos aproximar a aparência da casa com a estética construtiva caiçara da região. Para isso, utilizamos técnicas de carpintaria elementar”, explica Candida Tabet, arquiteta responsável pelo projeto arquitetônico.

Destaques do programa

As fachadas bem abertas e envidraçadas com painéis sem enquadramento trazem o entorno para o interior da Residência Txai, que se caracteriza pela integração dos espaços. Para complementar esse ar ‘aberto’ da morada, uma passarela flutuante – que parece estar dentro e fora da morada ao mesmo tempo – liga os dormitórios.

De acordo com Candida, essa disposição garante entrada de iluminação natural. “O interior da casa é banhado pela luminosidade dos trópicos, fartamente promovida através de fachadas envidraçadas”.

Estrutura mista e cobertura

A fundação da Residência Txai é toda em concreto armado, enquanto sua superestrutura é em madeira. Juntos, os materiais se misturam formando uma estrutura mista, composta por pilares em madeira engastados em sapatas de concreto e travados por vigas de madeira. “Todas as alvenarias, exceto as de pedra, estão apoiadas nessas vigas, que têm função de suporte e guia para os trilhos dos vidros temperados”, destaca a arquiteta.

Um sistema estrutural, composto por cumeeiras e águas-furtadas travadas no vértice central superior, sustentam o vão central da cobertura junto às terças, os frechais e as tesouras mistas em aço e madeira. Candida frisa o uso das ‘ripas ‘baianas’, que dispensam as ripas convencionais para apoiar as telhas.

Materiais e soluções

Para trazer conforto acústico à casa, foram aplicados neoprene, manta de polietileno e painel wall entre a estrutura e os pisos de madeira.

Foram utilizados materiais em seu estado natural, sem pigmentação. “O envelhecimento e a oxidação foram previstos e desejados”, destaca a arquiteta. Além do vidro e da madeira, pedra e aço corten predominaram no projeto.