Localizado nas imediações do Parque Ecológico do Marapendi (RJ), o projeto para a sede do Campo Olímpico de Golfe abriga mais que um espaço esportivo. Ele oferece características de um clube. Trata-se de um ambiente de encontro, descanso e lazer, com paisagem privilegiada para a restinga, a lagoa e o mangue, tendo as montanhas e a cidade do Rio de Janeiro como pano de fundo. “Uma intersecção construída entre a vegetação que sombreia e a cobertura que protege e abriga. Bosque e clareira. Cobertura e vazio. Espaço de sombra e de sol”, define o arquiteto e autor do projeto João Gabriel Cordeiro, do escritório Estúdio 41.
O terreno escolhido para a implantação do Campo de Golfe é uma oportunidade rara de construirÉ uma proposta de ordenação territorial que qualifica a área para atender a novos usos propostos, ao mesmo tempo em que servirá de zona de amortecimento ao parque e à lagoa existenteJoão Gabriel Cordeiro um futuro legado. A área sofreu degradações sucessivas em seu ecossistema original, perdendo as características naturais, e tem na construção do clube mais que uma tentativa de recuperação da natureza. >Para João Gabriel, “é uma proposta de ordenação territorial que qualifica a área para atender a novos usos propostos, ao mesmo tempo em que servirá de zona de amortecimento ao parque e à lagoa existente”. Assim, as atividades humanas ficam sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos ambientais negativos sobre o local.
A estratégia de implantação do edifício interpreta a noção de borda espacial – característica do terreno constituído de três elementos do ecossistema local bem distintos: restinga, lagoa e mangue –, posicionando o edifício principal na intersecção das áreas existentes. “É como se a construção fosse uma espécie de filtro permeável atravessado pelos usuários, ao se deslocarem em direção ao campo de golfe”, explica João. Dessa maneira a edificação serve também como uma lente através da qual é possível admirar as diversas paisagens, tanto dos espaços reservados à prática do golfe, quanto dos arredores da Lagoa do Marapendi.
O sistema construtivo sugerido utiliza estrutura de aço com divisórias leves e caixilharia de madeira. A estrutura do partido dimensiona vãos de 20 metros, sendo esse um dos diferenciais do projeto. Na edificação, um avarandado percorre o programa e extrapola a mera função de área de circulação. É um lugar estratégico de observação.
Para proteger a construção do forte efeito do sol poente e dos ventos dominantes, o plano do telhado e as venezianas foram prolongados. Ambos em uma conjugação conveniente entre forma e função, com estilo e harmonia. Os setores, ora definidos por acessos próprios, ora compartimentados por agradáveis espaços ajardinados, seguem uma sequência em intersecções que favorecem a socialização, mas respeitam a necessária independência de cada uma das funções propostas. É como se a construção fosse uma espécie de filtro permeável atravessado pelos usuários, ao se deslocarem em direção ao campo de golfeJoão Gabriel Cordeiro
A partir da Avenida Mário Fernandes Guedes são organizados e controlados os acessos de pedestres, veículos, bicicletas, motos e serviços, junto à portaria principal. Na área ao lado da avenida projeta-se um espaço de uso público que abriga partes do programa, como as áreas de medição de energia, ambiente para descanso e contemplação, que serve como antessala ao clube.
Os estacionamentos de automóveis ocupam grande porção do terreno e são distribuídos em quatro setores, para minimizar o impacto na paisagem. A porção mais próxima ao clube é utilizada diariamente; já as mais distantes servem aos dias de eventos especiais.
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