Texto: Naíza Ximenes
Compartilhando não só o nome, como a grandiosidade da antiga cidade grega, a Casa Atenas foi projetada pelo escritório de arquitetura Ateliê C2H.a, em Alphaville (SP). O projeto é marcado por um estilo contemporâneo, mas busca corresponder ao ideal clássico grego de beleza na arquitetura, que valorizava a busca da harmonia, simetria e proporção.
A proposta era construir um “refúgio contemporâneo com ambientes integrados, muita luz e ventilação naturais e um paisagismo marcado pela vegetação tropical”, segundo os arquitetos Fernanda Castilho, Ivan Cassola e Rafael Haiashida, que estão à frente do escritório. Foi partindo dessa orientação que eles optaram por construir a casa a partir dos usos.
O terreno — que originalmente acomodava duas casas e foi dividido em duas partes — possui 980 metros quadrados e trouxe restrições à estruturação do programa. Isso porque o espaço é retangular e possui duas fachadas: uma para a rua e outra para os muros que delimitam o lote.
Os arquitetos optaram, então, por uma estrutura toda voltada para a área de lazer, composta por piscina e jardim, que ficariam mais próximos aos muros da morada. No outro extremo, a construção em L proporciona maior privacidade aos moradores e maior controle da permeabilidade dos cômodos em relação à rua.
“Por isso que a casa tem esse formato em L, em que a área social e as suítes na parte de cima abraçam a área de lazer, o jardim e a piscina”, conta a arquiteta Fernanda Castilho.
São três entradas diferentes para a Casa Atenas: a entrada principal, que acontece pelo jardim, a entrada secundária, pela lateral da casa, e a garagem de uso diário, no pavimento inferior —onde também fica o elevador, com parada em todos os andares da residência.
O destaque, como esperado, é para a entrada principal. Revestido por pedra moledo, o percurso foi montado de forma que o morador já se depare com área de lazer e paisagismo convidativos, transmitindo sensação de acolhimento no local. A elegância fica por conta dos brises de alumínio no pavimento superior, que contornam a fachada dos quartos e são visíveis logo da entrada.
Os brises são de alumínio, em um tom que conversa com o revestimento mais utilizado no projeto: a madeira
O jardim, primeiro espaço da casa a ser acessado, é contornado por arbustos e pequenas árvores, com uma piscina e um deck de madeira mais ao centro. A transição para a área social é feita através de um jogo de luz e sombra, por meio de pergolados de madeira que montam uma passarela parcialmente iluminada no entorno do lazer.
A estratégia, além de conectar os ambientes, deixa o nível de integração a gosto do morador, já que as portas que separam sala de estar, sala de jantar e área gourmet do jardim são de vidro e de correr. Apesar de possuir o mesmo revestimento do piso da passarela (um porcelanato marmorizado de cor clara), os trilhos das portas evidenciam a mudança para um novo cômodo de forma sutil.
Na sala de estar, o revestimento de uma das paredes é o mesmo da área externa: a pedra moledo. Com um perfil mais neutro (para que o toque de cor fosse dado pelo mobiliário), o espaço ganhou amplitude através de um pé-direito duplo e generosas janelas de vidro na face para a rua. Seguindo o formato em “L” da estrutura, a sala é seguida por sala de TV, sala de jantar, cozinha gourmet e brinquedoteca, na ponta mais externa.
Em paralelo à sala de jantar, do outro lado da parede, ficam a cozinha para uso diário, mais íntima; o acesso lateral da casa; um escritório; e as escadas que dão acesso ao pavimento superior, também desenhada pela tríade de arquitetos. Eles montaram uma estrutura mais “aberta e leve visualmente, totalmente vazada e com degraus conectados por uma única viga central”, como explica a arquiteta.
No pavimento superior, cinco suítes preenchem o andar. A suíte master foi estrategicamente posicionada para receber a melhor vista do terreno — em especial, do pôr do sol —, seguida pelas suítes dos filhos e duas outras de hóspedes.
“Economia e sustentabilidade não ficaram de fora da arquitetura do projeto com a captação e reuso de água pluvial para a rega do jardim, além da climatização da piscina por meio da energia solar e utilização da energia fotovoltaica”, contam os arquitetos.
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