Texto: Naíza Ximenes
Em Ibiúna, no interior de São Paulo, às margens de uma represa, o escritório de arquitetura Bruno Rubiano projetou uma morada com design singular: a Casa da Represa. Inspirada no design de um barco – dado o cenário náutico do terreno – e marcada por um declive significativo, a residência tem todos os seus pavimentos compartilhando de um mesmo privilégio: as vistas deslumbrantes da água no horizonte.
A topografia é marcada por uma diferença de 13 metros entre a cota mais alta e mais baixa do terreno — uma característica aproveitada pela equipe de arquitetos para maximizar a funcionalidade do projeto. Ainda assim, a disposição de pavimentos da obra ganhou um caráter incomum.
Logo no primeiro contato com o projeto, os brises metálicos que recobrem a estrutura externa dão o caráter inovador à residência. O uso estratégico desse artefato não apenas reforça o conceito náutico da obra, mas também oferece privacidade e isolamento térmico ao projeto, integrando-se harmoniosamente ao entorno natural.
O acesso à Casa da Represa acontece por um hall, no primeiro pavimento, onde fica toda a área privativa da casa. No espaço mais próximo à entrada, há um piso de vidro que permite visualizar a coleção de carros no pavimento abaixo e que dá início a uma ampla passarela que conecta todos os ambientes da casa. Esse elemento também guia os moradores à área privativa, onde estão as quatro primeiras suítes.
Elas são separadas por um grande átrio central, que dispõe dois dormitórios para cada lado. Seguindo pelo corredor, o grande destaque do pavimento vai ganhando forma: a suíte master, equipada com closet, sala de banho, varanda e um cenário estonteante no horizonte.
Na parede, uma obra de arte do artista Juliano Martinuzo guia os visitantes até o primeiro mirante, onde eles podem desfrutar de uma vista deslumbrante da represa.
Ao descer o primeiro lance de escadas, o morador tem acesso ao piso térreo, onde fica o espaço dedicado à coleção de carros, que ganhou um pátio e charutaria. Neste pavimento, tanto uma parte do teto quanto as paredes são de vidro, garantindo visibilidade total do entorno e a entrada de luz natural abundante. Vale mencionar, ainda, que a madeira e o metal são os principais materiais da estrutura da casa, presentes nos forros do teto e na caixilharia, respectivamente.
Depois de percorrer o segundo lance de escadas, o morador tem acesso à área social da Casa da Represa, onde uma porta de grandes dimensões traz a paisagem da represa para dentro da sala de estar e área gourmet, criando uma conexão perfeita entre o interior e o exterior.
Todo o ambiente é definido por um pé-direito duplo generoso, painéis de madeira ripada nas paredes e um mobiliário neutro e sofisticado — ora na cor branca, ora de madeira. Não há divisões claras entre a sala de estar, à direita; sala de jantar, à esquerda; sala de bebidas e charutos, ao fundo; e cozinha, na área interna. Todos os ambientes foram integrados e conectados entre si.
Passando as grandes portas de vidro de correr, o espaço é tomado pela área gourmet e prainha do ambiente de lazer. Poltronas, balanços e espreguiçadeiras contornam a piscina retangular, em um deck de madeira, que também divide espaço com a área da churrasqueira, em uma das laterais.
Há, ainda, o último lance de escadas, embora de menor dimensão, que conduz os visitantes à área náutica pelo jardim. A estratégia completa a experiência de viver em um refúgio que combina luxo, conforto e conexão com a natureza.
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