No terreno inclinado, a Casa Pepiguari foi implantada e organizada racionalmente – em um espaço compacto de 10m x 39m. No projeto de autoria do escritório Brasil Arquitetura o maior desafio era garantir a simplicidade ‘aparente’ no emprego dos materiais, na distribuição dos usos e funções e, principalmente, na luminosidade de todos os ambientes.
De acordo com Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci, arquitetos responsáveis pelo projeto arquitetônico, a parede de concreto que corta o volume serve de estrutura à residência, além de organizar as áreas internas entre espaços sociais e de serviços. “Por sua configuração espacial, essa intervenção transmite uma sensação de amplitude, transposta para o exterior e, principalmente, para os pátios dos fundos. Isso é nítido também pelas portas e janelas que fazem a conexão entre áreas internas e externas, feitas de vidro e aço corten”, destacam.
O projeto partiu da inclinação do terreno para definir os três níveis da casa: a área principal, o jardim e o pavilhão posterior. É possível chegar ao terraço-jardim da cobertura através da escada em aço corten, aberta a partir do primeiro pavimento – onde estão as áreas íntimas – e inserida na fachada da residência como um objeto de arte. “De lá, se descortina toda a vista para a zona oeste de São Paulo, tendo o pico do Jaraguá como maior ponto de referência”, conta Ferraz.
Os painéis de vidro do térreo permitem a criação de uma área contínua entre os ambientes de estar e jantar e o jardim do fundo. O caminho com desníveis da área externa posterior – marcado pela árvore frutífera envolta por ladrilhos –, leva a um novo volume construído no lote, que abriga duas salas com escritório e uma biblioteca.
“Com técnica bastante tradicional, optamos pelas fundações e superestrutura em concreto armado. Já o concreto aparente pode ser visto nas lajes e na longa parede estrutural que cruza toda a sala longitudinalmente”, explica Marcelo.
Ela também destaca o uso de outros materiais que, junto à estrutura principal, caracterizam o projeto como minimalista. “Escolhemos alvenarias de tijolos maciços revestidas com argamassa pintada com cal; piso interno de madeira ‘pau marfim’; cobertura com laje jardim; e pisos externos em placas de concreto”, conclui.
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