Construído com padrões de sustentabilidade, o novo prédio do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Bloco E, localizado nas proximidades da tradicional avenida Paulista, tem aproximadamente 30 mil m². A ampliação atualiza estrutura e equipamentos e insere o complexo hospitalar nos mais altos padrões internacionais de qualidade e segurança. O novo partido desenvolvido pela Botti Rubin Arquitetos Associados humaniza os espaços ao projetar Trouxemos para este edifício a concepção do antigo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que era uma estrutura onde todos os quartos possuíam varandas voltadas para um jardim Marc Rubin ambientes acolhedores e agradáveis, com elementos arquitetônicos repletos de cores e formas.
“Trouxemos também para este edifício a concepção do antigo Hospital Alemão Oswaldo Cruz, que era uma estrutura onde todos os quartos possuíam varandas voltadas para um jardim. Hoje, os apartamentos preservam os terraços, mas com um diferencial: todos são voltados para a melhor face, a norte, e detêm uma bela vista”, argumenta o arquiteto Marc Rubin. As varandas são dotadas de persianas elétricas de enrolar, cujo sistema é acionado automaticamente, abrindo ou fechando. Elas criam sombras quando necessário e trazem mais conforto e intimidade para o quarto. “Aliados ao vidro, usado de ponta a ponta, esses itens dão uma sensação agradável ao paciente, que passa a gostar do hospital. Além de ser um diferencial – em comparação a outros hospitais em São Paulo –, representando mais qualidade para a internação do doente”, explica Rubin.
O novo Bloco E exibe linhas contemporâneas, fachadas revestidas com pele de vidro e painéis de alumínio composto desenhados, com o objetivo de preservar uma árvore centenária. Rubin descreve a obra: “Do ponto de vista arquitetônico, encontramos uma modulação que exclui o modismo e dá às fachadas uma característica sempre atual. Podem passar 10, 20 ou 30 anos, e elas estarão absolutamente em dia com a época”. Nele há 26 pavimentos, com toda a ala de internação concentrada em 11 dos 16 andares. Outras mudanças se referem à quantidade de leitos estimada em 162 padrões, sendo 28 de semi-intensiva; 20 VIPs e 13 de UTI. Há nove salas cirúrgicas – duas com robótica – e um auditório com capacidade para 196 pessoas. Os dois andares com leitos equipados para o atendimento semi-intensivo têm planejamento de espaços alinhados ao modelo assistencial Relationship-Based Care (RBC ou Cuidado Baseado no Relacionamento). Cinco subsolos com estacionamento acrescentaram ao complexo 284 novas vagas. Mas não é só isso. O prédio original também foi modernizado. Há um andar exclusivo para a parte técnica que abriga equipamentos de infraestrutura, facilitando a manutenção. Equipamentos e gestão de segurança e monitoramento foram reestruturados. Passarelas em diferentes níveis interligam o novo bloco às antigas instalações.
A construção está de acordo com os requisitos da categoria Gold do LEED™ (Leadership in Energy and Environmental Design). Requisitos essenciais como a escolha apropriada do terreno e o local de construção até a gestão de resíduos da obra foram atendidos. Também estão previstos no projeto o uso racional no consumo de água e a otimização da eficiência energética, por meio de sensores de presença em todas as áreas de circulação. Eles garantem a redução na carga de eletricidade durante a madrugada, período com menor trânsito de pessoas. Há, ainda, a restrição do uso de CFC, e adoção de energia renovável, como o sistema de energia solar para o aquecimento da água. A utilização de madeira certificada, a existência de um plano de controle da qualidade do ar e sistema automatizado, que permite acionar todas as funções internas do quarto – como televisão, luzes, persianas, telefone, entre outras – colocam o complexo hospitalar como referência no Brasil. De acordo com Márcia Cristina Brandão, da área de Gestão Ampliada da MHA Engenharia, o selo é um dos diferenciais do novo Bloco, se comparado a outros complexos e áreas hospitalares. “Esta foi uma solicitação do cliente, interessado na preservação e sustentabilidade. O controle e reaproveitamento de energia e água, e a utilização de banheiros pré-fabricados exemplificam essa preocupação”, expõe a engenheira.
O sistema de automação possui funções como controle e supervisão dos sistemas elétricos, hidráulicos Do ponto de vista arquitetônico, encontramos uma modulação que exclui o modismo e dá às fachadas uma característica sempre atual Marc Rubin e de climatização, demanda de energia elétrica e gerenciamento das horas trabalhadas dos equipamentos elétricos. O controle visa a programação para a manutenção e o recebimento de informações dos sistemas de segurança. Todas as instalações concentram-se em uma central no novo edifício e são retransmitidas para a central de supervisão existente na segurança do Hospital. Para o sistema de ar-condicionado foi desenvolvida uma central de água gelada na cobertura do edifício que seria conduzida para os equipamentos de ar. No centro cirúrgico e na UTI, foram instalados condicionadores com controle de umidade e temperatura. O sistema de distribuição do ar acontece por meio de dutos de alumínio e difusores. Para interligar os prédios existentes no novo edifício, três túneis foram construídos.
O projeto de segurança integrada vai além da instalação de equipamentos de última geração, englobando a configuração dos sistemas e a capacitação da mão de obra operacional, que engloba duas fases: o operacional efetivo (monitoração) e o treinamento mecânico para o sistema de gravação (configuração do sistema). Nesta segunda etapa, os profissionais ficam prontos para realizar, também, a manutenção periódica.
Fundado em 1897 por imigrantes alemães, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz inicialmente era uma instituição de saúde voltada para integrantes da colônia e a população em geral. O prédio na avenida Paulista foi construído 17 anos depois, a partir do projeto arquitetônico de Curt Hildebrand. Com características rurais, a construção baixa e contilhada seguia o padrão da época. Há aproximadamente 15 anos, o escritório Botti Rubin Arquitetos Associados foi chamado para realizar a reforma do hospital, quando foram alterados a entrada – que passou a ser feita pela avenida principal –, o estacionamento e a construção de três edifícios, ao longo desse período.
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