Um terreno de 4.500 m² situado em Marília, interior de São Paulo, pertence a uma família que adora receber amigos e familiares nos finais de semana. Apesar de a metragem generosa já acomodar uma casa, os moradores sentiam falta de um lugarzinho dedicado somente aos hóspedes. Foi assim que surgiu ideia da Casa São Francisco.
Buscamos inserir a casa no sítio da forma mais delicada possível, como um rasgo na paisagemFlávia Ohoseki.A construção fica em uma parcela privilegiada do terreno, que anteriormente fora dedicada ao paisagismo, bosque e jardim. “Buscamos inserir a casa no sítio da forma mais delicada possível, como um rasgo na paisagem”, comenta a arquiteta Flávia Ohoseki, do Bonini Ohoseki, responsável pelo projeto arquitetônico.
Com formato ‘pavilhonar’, a inspiração para o partido de 370 m² se deu a partir do aproveitamento máximo das características físicas e culturais do lugar. Eram premissas obrigatórias ter vista para a piscina, integração, fluidez e diálogo entre os espaços internos e externos. “Entretanto, não imitamos construções de casa de campo comuns ou impusemos na paisagem uma arquitetura moderna”, acrescenta Ohoseki.
Ao contrário, a estrutura é simples e limpa, com poucos revestimentos empregados. Além de deixar a paisagem como protagonista, essas características auxiliaram na pouca produção de resíduo e otimização do tempo de obra.
De acordo com Ohoseki, o projeto de paisagismo é quase protagonista e nasce como uma unidade junto com arquitetura e interiores, a fim de garantir harmonia e integração entre os espaços internos e externos.
Com uma vista exuberante e muito verde no entorno, o projeto paisagístico é o mais permeável possível, tanto em relação aos acessos quanto através das escolhas de soluções construtivas (como o piso grama no grande pátio). “Especificamos pouca vegetação de grande porte para não obstruir a vista e ainda assim conseguimos explorar diferentes cores e texturas através de massas de forrações e espécies arbustivas.”
A casa se organiza em quatro blocos articulados entre si. O primeiro, a entrada, contempla toda área de festas, vestiários, churrasqueira, forno e fogão a lenha, forno de pizza e uma extensa ilha de trabalho que se estende visualmente até a cozinha – toda esta área pode ser aberta por completo através de portas de vidro recolhíveis, permitindo assim sua extensão para o grande pátio externo.
O segundo bloco é a parte social da morada que abriga a cozinha e jantar integrados com o salão de festas, sala de estar e sala de TV. Este bloco é completamente aberto para o bosque na parte inferior e para o solário na parte frontal da casa.
O terceiro bloco é a parte mais reservada da casa, pois é nele que ficam as três suítes. O caixilho de alumínio dos quartos foi detalhado com três folhas: uma de vidro, uma veneziana e outra de tela para proteção contra insetos.
O quarto e último bloco compreende toda a área externa, um grande pátio que serve como ampliação do salão de festas e o solário, que se encontra em leve desnível em relação à casa para aproveitamento da caída do terreno e melhor interação com a área social da moradia.
A volumetria simples e a solução de disposição dos usos permitiram a total integração dos ambientes sociais da casa com a área externa, aproveitando também a vista, iluminação e ventilação natural através dos grandes panos de vidro retráteis.
Os materiais empregados são utilizados na sua forma pura, sendo funcionais como soluções construtivas e como protagonistas na linguagem arquitetônica da casa. São eles: concreto, madeira, vidro e tijolinho.
O concreto aparente apareceu nos pilares, enquanto a madeira laminada figura nas vigas aparentes e forro. As poucas alvenarias externas foram revestidas com tijolinho como solução estética e proteção térmica. Toda a parte social da casa recebe fechamento com grandes panos de vidro, ora de correr ora completamente recolhíveis.
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