Os arquitetos Gustavo Massimino (mass arquitetura) e Nórea De Vitto (Beto Galvez & De Vitto Interiores) transformaram o antigo quiosque de contemplação do lago do Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo (SP), em um restaurante de comida japonesa. Mas, mesmo com essa transformação, o mirante para admirar a paisagem prevalece. “Era importante para o cliente manter a relação da construção com o lago”, contam.
A intenção principal foi desenvolver um projeto arquitetônico que, ao mesmo tempo, atendesse ao público jovem e colaborasse para uma fácil operação dentro da estrutura existente. Em paralelo, não foi perdida de vista a intenção de integrar o entorno por meio de uma linguagem contemporânea, sutil e delicada, respeitando a arquitetura do clube e a natureza. O resultado é um balanço que dá a impressão de a edificação estar flutuando sobre o lago.
O Restaurante do Lago tem preceitos da cultura oriental como referência, como a simplicidade e a pureza, além da retórica dos opostos – Yin e Yang – para romper o padrão da atmosfera fria e compor o ambiente.
A distribuição do layout adotou o princípio de que os serviços deveriam se concentrar em um bloco fechado, portanto o “servidor”, que é o volume revestido em pedra. Já o local onde tudo é servido deveria ficar aberto e integrado à paisagem. “As fachadas foram executadas em pedra vulcânica preta para o bloco de serviço e em massa texturizada nas áreas sociais”, indicam os arquitetos, que completaram as texturas aparentes com uma grande superfície em vidro incolor.
A antiga construção sofreu algumas alterações estruturais para se ajustar aos custos de implantação da obra. Uma estrutura metálica com fechamentos em placa de cimento foi executada e escolhida por seu tempo de construção e por evitar o descarte excessivo de materiais.
O térreo do Restaurante do Lago é composto por dois volumes, que se entrelaçam e são destinados a áreas específicas. O salão principal, com caixilhos de vidro que permitem uma vista de 180° para o lago, está localizado no volume maior, assim com os toaletes – fechados em um pequeno vazio que abraça uma palmeira já existente. Externamente, esse volume tem acabamento na cor branca.
O volume menor – fechado para a área externa e revestido por pedras vulcânicas – abriga a cozinha, os depósitos e os vestiários dos funcionários.
O projeto de interiores usa as cores preta e branca, tendo como contraponto o mobiliário em madeira freijó. O piso em placas de cimento bege está instalado tanto no salão como nos sanitários e na área do bar.
Massimino e De Vitto explicam que não há distinção entre o interior e o exterior do restaurante. “O projeto busca ser um só. Com simplicidade no desenho e linhas retas e funcionais, mas sem deixar de ser acolhedor e sofisticado”, concluem.
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