Foi devido à dimensão do terreno de apenas 144m² que o projeto arquitetônico da Casa 12x12, idealizado pelo escritório Bernardes Arquitetura, aderiu a um programa verticalizado, excepcionalmente destacado pela fachada multifacetada, cujas persianas revelam, aos poucos, uma sequência de jardineiras.
Localizada numa rua estreita do Leblon, no Rio de Janeiro, e cercada por prédios, a residência não dispunha de belas paisagens. Foi daí que surgiu a necessidade de criar novas vistas para a família composta por um casal e dois filhos. A ideia era, sobretudo, propiciar uma gradual transição do ambiente urbano para o espaço residencial interno.
“Conseguimos esse resultado a partir da fachada frontal. Ela se apresenta como o elemento que articula essas ambiências através da sucessão de camadas, configurando por si só uma paisagem em movimento”, descreve Thiago Bernardes, arquiteto e sócio do escritório.
As responsáveis pelo movimento da fachada da Casa 12X12 são as persianas. Dispostas na horizontal e presas às chapas metálicas que revestem as lajes, elas criam diversos visuais à parte frontal da residência, além de controlar a entrada de luz solar e permitir, quando necessário, o recolhimento das lâminas para estabelecer um generoso diálogo com o exterior.
Quando totalmente abertas, as persianas transformam a fachada em um verdadeiro jardim, com jardineiras alinhadas que exibem um paisagismo de vegetação densa por toda a extensão dos segundo e terceiro pavimentos.
Já no térreo, o brise de madeira cumaru protege o acesso principal e contrasta seu aspecto quente com a frigidez dos materiais que predominam no restante da composição, tal como o vidro e aço.
Com 488 m² de área construída, distribuídos em quatro pavimentos, a Casa 12x12 conforma os ambientes com espaços amplos e de maneira clara. “Isso foi viabilizado através de um sistema construtivo em estrutura metálica e lajes nervuradas, que possibilita a formação de vãos livres de até 12 metros e, consequentemente, dá grande liberdade à disposição dos cômodos”, explica Bernardes.
Enquanto isso, a escada e o elevador – que representam a circulação vertical – são dispostos juntos a uma das empenas laterais para liberar o restante do espaço às suítes dos filhos situadas no térreo, à sala de estar no primeiro pavimento e à suíte máster no segundo.
Ainda no primeiro andar, além dos dormitórios dos filhos do casal, o térreo abriga o pátio do subsolo, onde ficam as áreas destinadas ao serviço.
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