Em um condomínio na cidade de Ubatuba, no litoral de São Paulo, a casa projetada pelo escritório Bela Gebara usufrui de um horizonte repleto de natureza, o qual norteou todo o projeto. De uma perspectiva, os moradores ganharam uma vista exuberante para o mar. De outra, para uma área verde preservada que preenche todo o entorno.
A vista privilegiada da paisagem, no entanto, só foi possibilitada devido ao terreno em aclive. Com o desafio de construir uma residência com autonomia energética, eficiência econômica e sustentabilidade, os arquitetos optaram por estruturar a Casa Ubatuba em três pavimentos, que aliam funcionalidade e estética.
A garagem e as escadas de acesso, feitas de um material que se assemelha ao arenito, ficam no térreo. No primeiro andar, encontram-se a piscina, o spa, a cozinha e as áreas sociais. No segundo pavimento, por sua vez, com uma proposta de maior privacidade, ficam as suítes e um ofurô privativo.
O terreno é de aclive, o que fez com que as arquitetas projetassem a casa em três andares: garagem, social e privativo no térreo, primeiro e segundo andares, respectivamente
Aproveitando a grande incidência do sol, o escritório Bela Gebara apostou em um sistema de placas fotovoltaicas para a utilização de energia solar em toda a casa. A cobertura é repleta de painéis solares, contribuindo para a proposta sustentável da construção, e a tecnologia foi utilizada em vários sistemas da casa — como luminotécnica, elétrica, piscina, automação e climatização.
Além disso, a vegetação foi uma peça-chave em todo o projeto. As regiões sobre a garagem e no entorno da piscina abrigam jardins; a varanda do primeiro pavimento é delimitada por plantas; a região posterior da casa foi preenchida por árvores e arbustos; e, no último andar, o ofurô privativo é rodeado por vasos generosos de plantas.
Nas áreas sociais, por sua vez, a proposta era unir um estilo contemporâneo (mas com toques rústicos) e integração em um único conceito. Pensando nisso, as arquitetas apostaram em elementos com perfil mais neutro e uma paleta de cores mais clara, que são equilibrados com itens de madeira mais escura e com o uso de cores mais vibrantes no mobiliário.
No piso, revestimentos de cores claras e neutras preenchem os espaços. O arenito se estende pela entrada da casa até a porta da cozinha e sala. Na piscina, a madeira utilizada no deck é de um tom acinzentado, mais opaco. Na área interna, o porcelanato cinza foi utilizado tanto na cozinha, quanto na sala de jantar e sala de estar.
A fachada marcada por um material mais escuro, em contrapartida, dá uma prévia da dualidade dos revestimentos. O pergolado, os caixilhos nas portas e janelas e as escadas são de madeira escura, em um tom próximo à madeira imbuia. A bancada, mesas e bancos da área gourmet, assim como a cobertura e as persianas, são de madeira de tom médio, como a madeira itaúba.
Para integrar os ambientes, as arquitetas apostaram no conceito aberto e em janelas de vidro de correr. Isso porque, na separação entre área interna e terraço, os panos de vidro permitem a entrada de luz natural na casa, e, no interior, o projeto evitou ao máximo a construção de paredes. A cozinha e as salas de estar e de jantar são interligadas, e a única exceção deste pavimento se dá pela suíte de hóspedes, que fica nos fundos da casa.
No andar superior, foram construídas quatro suítes, cada uma delas com duas janelas, que promovem ventilação cruzada e vista ampla.
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