O Edifício Wish é um prédio residencial localizado no bairro de Moema, em São Paulo, que foi projetado pelo escritório paulistano Basiches Arquitetos Associados. O empreendimento conta com unidades de 35 e 37 m².
“Tivemos a oportunidade de desenvolver a arquitetura e os interiores deste edifício, procurando oferecer uma interface entre ambos, de modo a projetar espaços diferenciados e integrados nas áreas comuns. Os interiores foram trabalhados em consonância com os espaços propostos pelo projeto de arquitetura, ou seja, sem depender unicamente do mobiliário. A qualidade espacial tornou-se essencial”, explica o arquiteto José Ricardo Basiches.
Segundo o arquiteto Ronaldo Shinohara, do mesmo escritório, apesar do orçamento enxuto, especialmente em termos de acabamento, o projeto do Edifício Wish precisaria ser diferenciado. “Como não pudemos usar grandes painéis ou acabamentos de custo elevado na fachada, a saída foi nos virar apenas com a volumetria do projeto e tirar partido do uso de cores", conta.
Para conseguir uma volumetria diferenciada, o escritório decidiu locar a circulação vertical em uma das extremidades da torre, totalmente independente dos apartamentos. Desta maneira, nasceu um volume cego na vertical em contraponto aos terraços dos apartamentos.
Os diferentes tipos de fechamento determinam visualmente o embasamento, a torre e o coroamento do Edifício Wish. Entre os sobressolos destinados às garagens, está o andar em que se concentram as áreas comuns, como salão de festas, sala de ginástica, piscina e lavanderia coletiva. "Essas áreas ganham destaque na fachada pelo uso de fechamentos em vidro piso-teto”, relata Basiches.
Os arquitetos trabalharam parte desses embasamentos com um grande painel de elementos vazados em concreto, juntamente com um elemento vertical que se transforma em marquise de cobertura para as áreas comuns que estão acima dos sobressolos.
O escritório projetou a fachada de forma setorizada em quatro partes. Primeiro, o embasamento mais denso, destinado às garagens e à transição entre a torre. O segundo embasamento, das áreas comuns, foi feito pelos fechamentos em vidro. A torre dos apartamentos, por sua vez, recebeu cor escura no volume cego das circulações verticais e cor clara nos terraços dos apartamentos. Por fim, o coroamento do edifício destinado às caixas d’águas, recebeu fechamento em brises metálicos na horizontal.
No hall de entrada do Edifício Wish há um painel em madeira na parede que se transforma em placa de forro rebaixada. No ambiente gourmet, um outro painel de madeira, com aparadores, se sobressai. Já no salão de festas a atenção se volta para o sofá linear com cortina em toda a extensão do caixilho. “Em cada ambiente procuramos valorizar ou destacar algum elemento”, comenta Shinohara.
No lobby da entrada está um dos principais destaques do projeto de interiores: um painel artístico de azulejo em tons de azul e cinza. “É uma obra de arte que surge como um primeiro impacto visual para os visitantes e moradores da torre”, completa Basiches.
O projeto de iluminação procurou equalizar da melhor maneira possível a quantidade de luminárias através de um estudo detalhado de cada ambiente de acordo com o layout proposto. “Utilizamos recursos de luz indireta em nichos ou placas rebaixadas no forro e sancas iluminadas para termos um aspecto visual mais limpo”, destaca Shinohara.
Já no projeto de paisagismo, os arquitetos procuraram trabalhar todo o recuo do empreendimento e calçada como um único elemento, com um trabalho de piso ortogonal, vegetação baixa e árvores pontuais para não encobrir a fachada do Edifício Wish. O fechamento em vidro na calçada também foi desenhado pelo paisagismo.
“Apesar da simplicidade dos acabamentos e por se tratar de um projeto destinado ao mercado imobiliário, conseguimos chegar a um resultado estático diferenciado, com ambientes integrados e de grande qualidade espacial”, conclui Basiches.
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