A concepção do novo Aeroporto de Vitória nasce com a proposta de implantar grandes espaços de circulação com funções pré-estabelecidas para orientar o fluxo de usuários.
O Terminal de Passageiros (TPS) aparece como protagonista de um programa que também compreende o Edifício do Corpo de Bombeiros (ECB), Torre de Controle (TWR) e Central de Utilidades (CUT), além de estacionamentos, portarias e sistema viário de acesso.
“A grande preocupação era inovar as áreas com movimentos de passageiros, conforme as novas propostas dos grandes aeroportos internacionais, uma vez que os daqui são obsoletos e carregam deficiências na relação dos ambientes destinados a embarque, desembarque, restituição de bagagens e comércio – fundamentais para a sobrevivência de qualquer aeroporto”, relata o arquiteto Marcelo Barbosa, do escritório Bacco Arquitetos.
O projeto cria um esquema de distribuição das funções que resolve de maneira eficiente os fluxos do terminal a partir de espaços fluídos e com grande transparência. Assim, as áreas para check-ine desembarque alocam-se no térreo, enquanto os setores de embarque, atividades comerciais e salas administrativas se estabelecem no pavimento superior.
Ao mesmo tempo, os vazios centrais, o grande pé-direito e a simplicidade formal do prédio contribuem para a fácil identificação dos ambientes.
Marcelo explica que “nos aeroportos modernos o fluxo dos passageiros para embarque e desembarque rege a distribuição dos espaços. Todo o movimento transpassa necessariamente as áreas comerciais, que, por sua vez, são determinantes na logística, pois seu sucesso determina a sobrevivência do aeroporto”.
Outra questão que influenciou na constituição dos espaços foi a segurança, já que o complexo é marcado por inúmeros equipamentos de monitoramento como câmeras e aparelhos de raio-x. “O agenciamento das áreas constantes do programa de um aeroporto – com estes fluxos e sistemáticas de segurança – aliado ao design contemporâneo e esteticamente agradável, definem um bom projeto”, conta.
Uma estrutura mista procura o contraste entre as técnicas da leveza do aço e a maleabilidade do concreto, até mesmo para permitir flexibilidade na organização do programa e futuras intervenções sem causar interferência no conceito inicial do edifício.
Destaca-se a cobertura, concebida em telhas metálicas curvas que evitam reflexos pontuais nas aeronaves, uma vez que foram especificadas em cores fortes para constituírem os desenhos da quinta fachada.
O uso de peças pré-moldadas em concreto para os pilares, vigas em concreto protendido, lajes moldadas in loco e grandes treliças em aço para a cobertura complementam o conjunto principal de elementos estruturais explorado no projeto.
“Por serem industrializados, contribuem para a agilidade da obra e reduzem custos. Quando bem trabalhados – revestidos com grandes panos de vidro e novos materiais mistos de alumínio e resinas nas fachadas – perdem o caráter de pré-moldados voltados para a indústria e adquirem outra estética, mais adequada a um equipamento de transporte de massa da qualidade de um aeroporto moderno”, ressalta.
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