Os 2.000 m² de área construída do projeto CO.W Coworking Space, assinado pelo escritório B.Magalhães, atraem empresas em busca de ambientes funcionais e inspiradores. A premissa para esse espaço localizado na cidade de São Paulo era ser eficiente e inovador, com um design criativo e sofisticado.
A concepção nasceu do uso a que se destina o espaço: um lugar de compartilhamento, que integra e, ao mesmo tempo, oferece privacidade. Partindo desse objetivo e inspirando-se no estilo industrial, surgiram as características da circulação e a definição de espaços públicos, semipúblicos e privados.
“A nossa dificuldade foi apenas adequar o projeto com a situação do galpão existente”, diz o arquiteto Roberto Magalhães, completando: “Não por problemas estruturais, pois a estrutura se encontrava em ótimo estado, mas sim pelas adequações de se inserir um novo uso a uma área que já existia. A solução adotada foi tirar proveito da beleza das estruturas e dos espaços pré-existentes sem perder a eficiência e a funcionalidade”.
Na reforma, o escritório construiu um novo mezanino metálico independente da estrutura do galpão, que, por sua vez, não sofreu intervenções. A base existente foi apenas pintada, enquanto as antigas paredes foram descascadas. As novas inserções se resumem aos contêineres que foram anexados na parte externa do galpão, o que requalificou a fachada.
O toque principal ficou por conta da porta de entrada, que remete a uma porta de celeiro. Além disso, o escritório preservou uma antiga e charmosa vila e os seus jardins com grandes árvores que existiam no local.
Para aplicar a linguagem industrial, um bom exemplo são as antigas paredes de tijolos aparentes, antes recobertas por massa, que deram um charme ao lugar. Outro bom exemplo foi a abertura de uma das laterais do galpão, permitindo a visualização para o jardim já existente. Além disso, toda a estrutura nova ficou aparente.
A solução para o layout foi usar o eixo principal para definir a circulação entre os espaços. A partir dele, os espaços foram concebidos naturalmente. Há também a circulação principal, que cerca todo o projeto e os afluentes, onde se encontram os novos ambientes. As salas fechadas foram locadas abaixo do mezanino, basicamente compostas por baias e áreas de descompressão, como o lounge, por exemplo, e ficaram no pé direito duplo.
O projeto de interiores seguiu a linguagem arquitetônica. O estilo industrial se reflete tanto nas estruturas metálicas aparentes quanto na laje do mezanino, na infraestrutura elétrica, no ar-condicionado e nas paredes de tijolinho. O piso da circulação principal é de concreto aparente, simulando um chão de fábrica. Muitos mobiliários foram reaproveitados ou reutilizados, como os latões que viraram lavatórios nos banheiros, entre outros objetos.
A iluminação, assim como todo o projeto, seguiu a linguagem industrial. Tubulações e fiação aparentes, tirando proveito da própria estrutura existente, valorizando o pé-direito alto com longos pendentes dispostos em níveis variados.
Outra coisa foi a criação de aberturas, visando a melhorar a iluminação natural. Isto ocorre na fachada principal e também na lateral. Dessa forma, a iluminação artificial foi direcionada aos postos de trabalho e às salas fechadas. De forma transparente, sem forros ou maquiagens.
Já o projeto de paisagismo enfrentou um grande desafio: interligar os usos externos e internos como um todo. A intenção era transformar o espaço externo, que funcionaria como um estacionamento, em uma área multifuncional, mas que ainda assim pudesse cumprir tal função. A estratégia para isso foi transformar o estacionamento em uma grande praça por meio do desenho do piso e dos canteiros e da criação de áreas de convívio em toda a área externa.
“Nas partes mais próximas ao galpão, propusemos jardins mais densos, com a intenção de trazer o contato com a natureza para o dia a dia das pessoas que trabalham no espaço”, comenta o arquiteto.
As plantas usadas internamente foram escolhidas criteriosamente para ajudar na purificação do ar e para que o verde ficasse presente o tempo todo.
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