Logo Construmarket
Banner

CIC do Imigrante

CIC do Imigrante
Uma grande equipe de arquitetos, professores, alunos e ex-alunos se formou para projetar o CIC do Imigrante, transformando o complexo em um local de apoio e acolhimento. Imagens: Pedro Vannucchi
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante
CIC do Imigrante

A união faz a força

Texto: Nuri Farias

O Centro de Integração da Cidadania (CIC) do Imigrante, localizado no bairro da Barra Funda, em São Paulo, foi projetado por um time de arquitetos, professores, alunos e ex-alunos que tinham como missão criar um local de acolhimento ao imigrante, oferecendo-lhes serviços nas áreas de defensoria pública, além de cursos de idiomas e atendimento ao trabalhador.

O projeto é uma parceria entre a Escola da Cidade e a Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania de São Paulo e contou com o apoio da Inditex – empresa têxtil espanhola – e do Ministério Público do Trabalho de São Paulo. Parecia um conjunto de vagões estacionados. Então, a partir disso, projetamos uma estrutura metálica para se expandir por 300 m² e integrar os setores, traçando as atividades de forma segmentada Felipe Noto e Maira RiosPor fim, o escritório B Arquitetos foi convidado para dar vida à arquitetura.

Espaços coletivos

Os espaços coletivos foram o ponto principal para a organização do programa, como a Praça do Imigrante, que está logo na entrada. Esse pátio fica ‘escondido’ da rua por meio de uma escadaria e se estende até o jardim. Além de receber os visitantes, o espaço tem boa infraestrutura para comportar eventos e reuniões dos imigrantes e de suas redes de apoio.

O CIC do Imigrante se estende por um complexo de três edifícios alinhados à linha férrea do Complexo Barra Funda. “Parecia um conjunto de vagões estacionados. Então, a partir disso, projetamos uma estrutura metálica para se expandir por 300 m² e integrar os setores, traçando as atividades de forma segmentada”, contam os arquitetos e professores Felipe Noto e Maira Rios.

Pavimentos

O primeiro edifício – antigamente a casa de controle dos trilhos – abrigou recepção e espaço de informações, com áreas para exposições, lazer e acesso à internet e recreação infantil. A cobertura deste setor foi refeita, assim como o sistema de abertura de acesso, ventilação e iluminação para melhor conforto interno.

O segundo edifício – onde funcionava o antigo armazém – é o mais longo de todos, com 240 m de comprimento. Após as intervenções, passou a abrigar o setor de atendimento que presta serviços da Delegacia de Estrangeiros da Polícia Federal e do CIC do Imigrante, e um auditório para as atividades do Fundo de Solidariedade, como a Padaria Artesanal e as Escolas da Beleza e da Costura.

Um mezanino em aço ocupa parcialmente o espaço desocupado dos edifícios, gerando mais articulação entre dois dos blocos e compartimentação dos usos Foto: Pedro Vanucchi

“Nesse prédio, restauramos os elementos originais das coberturas: as tesouras de peroba com tirantes em aço e mãos-francesas em aço rebitado da marquise lateral”, mencionam os profissionais.

Por fim, o terceiro prédio – aberto à rua e fora do alinhamento dos trilhos – acrescenta ao conjunto uma casa de abrigo temporário, que ocupa e qualifica os quatro pavimentos de um clássico prédio residencial dos anos 1960 junto ao acesso principal.

Segundo Noto e Rios, essa estrutura era típica da época: organizada em pavimentos, bem alinhada à rua e com algumas dificuldades na adaptação para uso público, como circulações, acessibilidade, instalações etc.

Nesse [terceiro] prédio, restauramos os elementos originais das coberturas: as tesouras de peroba com tirantes em aço e mãos-francesas em aço rebitado da marquise lateral Felipe Noto e Maira Rios

Para gerar mais articulação entre os blocos e compartimentação de usos, foi construído um mezanino em aço que ocupa parcialmente o espaço desocupado dos edifícios e permite que as áreas de retaguarda dos serviços de atendimento fiquem isoladas das de acesso público, no nível superior, além de organizar os setores de atendimento e apoio no nível inferior.

Parceria de sucesso

A construção do CIC do Imigrante só saiu do papel porque a Escola da Cidade se uniu à Secretaria da Justiça por meio de sua diretoria, com Ciro Pirondi, Anália Amorim e Marta Moreira.

Além de serem convidados a assinar o projeto arquitetônico, Felipe Noto e Maira Rios coordenaram os trabalhos e ficaram responsáveis pela equipe formada de alunos e ex-alunos que auxiliaram em todo o processo.

Para o desenvolvimento dos projetos estruturais e coordenação de algumas equipes complementares, chamaram o professor e engenheiro civil Marcelo Bianco (Inner Engenharia) para tomar a linha de frente.

O projeto de sinalização foi assinado pela turma de alunos coordenada pelos professores Hermann Tascht e Luis Felipe Abbud, que conseguiu a vaga por meio de uma atividade de extensão acadêmica.

Por fim, o convênio assinado entre a Secretaria e a Escola também incluiu a participação da Inditex. A empresa têxtil espanhola doou o primeiro montante de financiamento dos projetos e da obra – cerca de 70% do total. O restante da verba veio da parceria com o Ministério Público do Trabalho de São Paulo, que orientou a destinação de recursos oriundos do Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) de mais cinco empresas para a construção do centro.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2013
  • Conclusão da obra: 2016
  • Área do terreno: 20864 m²
  • Área construída: 1580 m²

Ficha Técnica

Veja outros projetos relacionados