Projetado pelos arquitetos do escritório Spadoni AA, o Pavilhão Hyundai Aeroporto ocupa a esquina da região centro-sul de São Paulo, que dá acesso ao aeroporto de Congonhas. “O edifício foi concebido seguindo uma matriz tecnológica reprodutível, desenvolvida especialmente para a série desses pavilhões urbanos, porém, reconhecendo e explorando o contexto, as condições e contradições do lugar", relata o arquiteto Francisco Spadoni.
A obra comercial tem apelo institucional. A ideia foi desenvolver um projeto que respondesse ao uso, mas com uma arquitetura de relevância na paisagem. O pavilhão adapta-se à junção dos dois volumes que se desdobram em relação aos espaços aberto e fechado. O primeiro, transparente, foi montado pela junção entre perfis de aço e vidro – aplicado sem caixilhos – e procura resolver o grande espaço com o mínimo de matéria. O segundo, sólido, protege a área envidraçada, envelopando-a por um sistema de painéis verticais ritmados.
“A transparência está relacionada à finalidade e localização do edifício, uma vitrine feita para ser notada mesmo por quem passa em alta velocidade. Para este observador, o edifício parece afastar-se lentamente do solo, seguindo o movimento sugerido pela linha da passarela que delimita a aresta inferior do volume opaco”, comenta.
Tanto interna como externamente, o pavilhão é visível pela codificação das relações entre cheios e vazios. “Os pontos de tensão produzidos no deslocamento dos volumes conformam elementos funcionais do edifício, como a passarela – que percorre o perímetro do prédio, ora como rampa, ora como terraço. Já os brises seguem uma composição ritmada entre opaco e transparente”, explica Spadoni.
A fachada construída a partir dos panos de vidro sem caixilho e estruturados por perfis de aço procuraram franquear a transparência das vitrines. Ao mesmo tempo, os painéis de alumínio pintado exibem um sistema de fixação zipado, que determina os fechamentos e a proteção contra a incidência direta de luz.
“No projeto de paisagismo procuramos zelar pela visibilidade do pavilhão. Assim, ele se faz notar pelo emprego de amplos canteiros com densa vegetação rasteira, criando um plano de distanciamento entre o interior do showroom e a movimentada via expressa que margeia a construção”, conta.
Tanto interna como externamente, é possível perceber no pavilhão a codificação das relações entre cheios e vazios. Interior e exterior receberam acabamentos diversos. A estrutura metálica, envolta por painéis de alumínio no exterior, tem forte presença no interior do showroom. Outros acabamentos foram utilizados, como assoalho de madeira, forro metálico modulado e vidro temperado laminado.
“Internamente, o grande elemento estrutural é a passarela suspensa que, contornando o amplo vazio central de pé-direito duplo, dá a impressão de flutuar. A caixa de vidro tem, por vezes, ambas as laterais livres de apoios diretos do solo, sendo ancorada à estrutura de cobertura por meio de tirantes metálicos”, completa o arquiteto.
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