O Atelier Marko Brajovic, fundado pelo arquiteto croata radicado em São Paulo que dá nome ao espaço, é conhecido por suas obras ecléticas com conceitos estéticos cenográficos.
O projeto para a exposição “Truffaut: um cineasta apaixonado”, sediada no MIS – Museu da Imagem e do Som entre 14 de julho a 18 de outubro de 2015, teve curadoria de Serge Toubiana, concepção no Brasil por André Sturm e cenografia e direção criativa assinada pelo Atelier Marko Brajovic.
“Nossa ideia era colocar o público em uma experiência imersiva e multissensorial do opus cinematográfico de François Truffaut”, explica Brajovic.
“Nossa dificuldade foi articular a complexidade dos sentimentos que o diretor exprime em cada filme numa linguagem única. Como estratégia, criamos um gesto forte e plástico que solucionou de forma adequada a vontade do público, tornando a experiência autêntica”, conta Brajovic.
Criada pela Cinemateca Francesa, a exposição conta com mais de 600 itens como livros, revistas, objetos pessoais, desenhos e fotos. “Após a exibição em Paris, o MIS é a primeira instituição a receber a mostra sobre a vida e obra do cineasta francês”, comenta.
A exposição em São Paulo traz um recorte diferente do que foi feito na Cinemateca Francesa. Enquanto na montagem de Paris apresentava a vida e obra de Truffaut em uma ordem cronológica, a montagem paulistana revela Truffaut por meio do cinema.
“Para a cenografia propusemos a transformação do prédio do MIS em um projetor de cinema da época, onde uma grande fita de centenas de metros se distribui no espaço organizado por conteúdos expositivos”, relata o arquiteto.
A fita começa na entrada da exposição e se enrola em gigantes rolos que apresentam o conteúdo de diferentes formas até chegar à sala principal onde uma animação de filmes ganha vida.
O conceito base foi transformar a arquitetura do MIS em um grande vídeo projetor da época. As bobinas e os filmes se desenrolam em um espaço articulado que recebe o público na entrada e o conduz para os demais ambientes temáticos – os quais foram organizados com conteúdos expostos seguindo o projeto da curadoria.
No segundo andar duas instalações multissensoriais homenageiam as relações sensuais e amorosas dos personagens dos filmes, completando a exposição e seduzindo o público na narrativa de François Truffaut.
Para o projeto foram usados três tipos de fonte de luz: uma luz técnica, que ilumina o conteúdo – pôsters, objetos, livros, textos e legendas; a luz cenográfica, que influencia a percepção dos volumes e a imersão; e, por fim, a luz funcional – que define os caminhos percorridos pelo público.
“A maior parte das fontes de luz são refletores usados no cinema. Assim, de forma explícita, eles se transformam em objetos cenográficos também”, finaliza Brajovic.
Escritório
Termos mais buscados