As linhas geométricas puras da Casa RPSE, localizada na cidade de Arujá/SP, encaixam-se perfeitamente no terreno, que possui declividade significativa. A característica do lote e do entorno norteou o projeto arquitetônico do escritório ArqExact Arquitetos Associados.
Basicamente, o objetivo era criar uma obra prática e sustentável, sem abrir mão de um desenho consistente e imponente. “Optamos pela estrutura metálica, pois ela proporciona mais liberdade e leveza ao desenho. No fim, o resultado plástico ficou muito interessante”, observa o arquiteto Leandro Moraes, completando: “Conseguimos desenvolver um projeto simples pela forma e complexo pela característica estrutural”.
O projeto da Casa RPSE se diferencia, sobretudo, graças ao impacto visual dos volumes propostos, que têm a vantagem de cooperar, ainda, para a funcionalidade, o conforto e a eficiência. Entre duas casas vizinhas laterais, o terreno da residência é um pouco estreito e com declive, mas se beneficia de uma bela mata preservada ao fundo.
O bloco principal é composto por uma forma geométrica retangular pura e simples, que parece flutuar sobre o terreno e avançar para os fundos, dando a sensação de querer alcançar a mata.
“Nossa maior dificuldade foi criar uma solução para apoiar a casa no terreno que de alguma maneira preservasse a privacidade e, ao mesmo tempo, não perdesse as aberturas para a iluminação e a ventilação naturais. O resultado foi criar aberturas pontuais e estrategicamente posicionadas, tirando maior proveito do entorno natural da vegetação”, relata o arquiteto e sócio Daniel Gil.
A fachada frontal evidencia o uso de três elementos: madeira, concreto e alvenaria. Eles foram diferenciados por dois tons de pintura. Os arquitetos fizeram questão de valorizar a porta de entrada feita de ripas de cumaru, que cria um desenho na diagonal.
Uma empena revestida de placas de concreto faz a separação entre o hall de entrada e a garagem, além de garantir a sensação de apoio à cobertura, criando um elemento decorativo na área interna.
“Trabalhamos com uma parede suspensa revestida de aço Corten, que faz composição com a escada interna e cria uma área de bloqueio visual com relação ao vizinho”, descreve Moraes, explicando, ainda, como ocultaram as janelas dos dormitórios e banheiros através de brises, de forma a manter o padrão e a simetria de aberturas das fachadas.
A infraestrutura da Casa RPSE é totalmente autossustentável, equipada com painéis fotovoltaicos que permitem à residência produzir a sua própria energia e um sistema de cisternas que armazena toda a água pluvial – parte da água não tratada é utilizada para suporte da piscina e do jardim, enquanto outra parte passa por um sistema de filtragem e é utilizada para consumo interno da casa.
Desenvolvida para deixar uma sensação agradável em todos ambientes, a iluminação também é automatizada, assim como a piscina e as cisternas, que trabalham de maneira autônoma. Na área externa, a iluminação é basicamente funcional, usada apenas para marcar a circulação, e, em determinados espaços, foram colocados pontos de luz para evidenciar alguns detalhes.
A casa é dividida em três blocos muito distintos. O primeiro fica no nível da rua de cima, abrangendo o hall de entrada com o acesso principal da residência e os dormitórios. O pavimento inferior, intermediário, recebe toda área social, com os ambientes totalmente integrados – é o mobiliário que faz a função de subdividi-lo.
Já o nível intermediário tem como característica a relação com o exterior, dando a ideia de trazer a vegetação para dentro do ambiente.
O segundo piso inferior abriga a área de lazer, com piscina, sauna e área gourmet. A piscina foi revestida com pedra vulcânica e tem borda infinita, interligando ainda mais o espaço com o verde da mata. “Fizemos a conexão entre os níveis por meio de uma escada em estrutura metálica, que, além de servir de circulação, marca todos os ambientes como um objeto de destaque”, conta Moraes.
“Com suas formas puras, a plástica geométrica do projeto evidencia a estrutura. Apoiado em dois pilares metálicos, o cubo superior parece flutuar sobre o terreno, caracterizando a Casa RPSE”, completa Gil.
O melhor aproveitamento do terreno resultou em pequenos espaços de vegetação para o jardim, baseados em elementos de forração e arbustivos na parte frontal da casa. No restante do projeto, o paisagismo é composto pela própria vegetação existente nos fundos.
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