Logo Construmarket
Banner

Residência Murupi

Residência Murupi
Vidro, madeira, tijolos e “planta inventada”. Foi assim que o escritório Arkitito executou o moderno projeto de reforma da Residência Murupi. Imagens: Vivi Spaco
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi
Residência Murupi

Recortes da paisagem

Texto: Thais Matuzaki

Da parcela que se mostra para a rua, a Residência Murupi deixa uma incógnita na cabeça das pessoas. Com o formato das casinhas de desenhos animados, a fachada inteiramente cega esconde a face dos fundos que, em contrapartida, se abre para a paisagem arborizada do bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo (SP). O Arkitito, escritório de arquitetura responsável pelo projeto de reforma, explorou diversos materiais para evidenciar cada volume que compõe a edificação.

Chantal e Tito Ficarelli, arquitetos do Arkitito, contam que começaram a se envolver com o projeto arquitetônico da Residência Murupi antes mesmo de desenhá-lo. “Os clientes estavam na dúvida entre encontrar um terreno para construir do zero ou reformar uma casa. Como eles decidiram procurar num bairro que conhecemos bem, acabamos ajudando nessa escolha”, lembram.

O objetivo era achar um local que tivesse algum diferencial, como estar próximo a uma praça ou ter uma vista privilegiada. Além disso, os clientes queriam viver numa casa gostosa de morar, prática e convidativa, e todas essas características foram vislumbradas pelos arquitetos numa antiga residência da rua Murupi.

Toda a parte metálica da casa, assim como os muros externos, foram pintados em marrom escuro, cuja tonalidade assemelha-se ao aço cortenFoto: Vivi Spaco

Construída há mais ou menos 60 anos atrás, a edificação era excepcionalmente escura e tinha um programa bem diferente do que os moradores gostariam. Mesmo com a necessidade de realizar uma reforma significativa, os arquitetos elegeram a antiga residência por conta de uma condição: o declive da rua oferecia uma vista maravilhosa nos fundos do terreno. “A ideia era trabalhar a arquitetura de uma forma que pudéssemos aproveitar esse cenário e aquele espaço aéreo da melhor forma possível”, explica Chantal.

Telhado de madeira e outros materiais

O que restou da casa original foi a fundação e o muro de arrimo que cerca o andar de baixo. O telhado de duas águas – que já existia, mas sequer aparecia – foi totalmente refeito com forro de madeira compensada e, assim, tornou-se um dos maiores destaques do projeto.

O telhado de duas águas é um elemento tradicional da arquitetura residencial, e a proprietária, que vem de família sulista, tem essa referência de cobertura com madeiramento Tito Ficarelli

“O telhado de duas águas é um elemento tradicional da arquitetura residencial, e a proprietária, que vem de família sulista, tem essa referência de cobertura com madeiramento”, explica Tito.

Ao optarem pela madeira no telhado, os arquitetos mantiveram uma paleta de materiais naturais com o objetivo de dar unidade ao conjunto. Assim, a fachada da rua foi revestida de placas cimentícias feitas sob medida; as laterais, de plaquetas de tijolos; enquanto a dos fundos se abre para a vista através do vidro que segue encaixado nas esquadrias de alumínio. Além disso, o pórtico que marca o pé-direito duplo do estar recebeu acabamento em cimento queimado.

Toda a parte metálica da casa, assim como os muros externos, foram pintados em marrom escuro, cuja tonalidade lembra outro material natural: o aço corten. Junto ao desenho de pedras no chão, essa cor destaca a vegetação que vai se desenrolando desde a entrada até o deck da piscina.

Já o interior da Residência Murupi ganhou um tratamento mais neutro, para garantir que os ambientes tenham mais claridade. Com boa parte das paredes brancas, a residência possui todo o piso interno (exceto da área íntima) revestido de um porcelanato que imita o cimento queimado.

Planta inventada

Outra mudança significativa na casa existente foi em relação ao layout. Segundo Chantal, a residência precisava funcionar tanto para o dia a dia dos moradores quanto para as festinhas com família e amigos.

Para que uma função não anulasse a outra, os arquitetos fugiram dos programas convencionais e aplicaram aquilo que Tito chama de “planta inventada”. Tirando proveito da declividade do lote, os profissionais dividiram os ambientes em dois níveis, de modo que a área íntima ficasse no térreo (nível da rua) e a social/lazer ocupasse a parte debaixo – antes usada como estacionamento e área de serviço.

Os móveis de madeira contrastam com o piso de porcelanatoFoto: Vivi Spaco

No entanto, o que mais chama a atenção é a disposição de cada ambiente. Tito considera o andar de cima como o apartamento dos moradores, pois acomoda o essencial: três suítes, home office disfarçado de sala íntima e cozinha anexa à sala de jantar.

Por outro lado, o andar inferior, cujo acesso pode ser feito pelo corredor lateral, faz as vezes de salão de festas, já que desfruta de uma sala de TV, sala de recepção sob pé-direito quase triplo, espaço gourmet e amplo jardim.

Sistema de exaustão

De acordo com os arquitetos, a fachada posterior quase 100% envidraçada traz bastante luz natural aos ambientes internos, além de conectá-los à paisagem exterior. Mas em virtude disso, ficou mais exposta ao sol, portanto, mais quente.

“Considerando que o pé-direito duplo da sala tende a concentrar a massa de calor lá em cima, Chantal e Tito instalaram um sistema de exaustão no próprio telhado. Trata-se de um tubo, alimentado por um painel fotovoltaico, que corta a estrutura e funciona como a energia solar – então, nas épocas com maior incidência solar, maior a exaustão.”

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2016
  • Conclusão da obra: 2016
  • Área do terreno: 550 m²
  • Área construída: 281 m²

Ficha Técnica

Veja outros projetos relacionados