Texto: Naíza Ximenes
O Nubank, o banco digital que revolucionou o mercado financeiro no Brasil, inaugurou seu mais novo escritório em novembro de 2022: o NuOffice@SPARK. Projetado pelos escritórios MM18 e Argis Arquitetura, em parceria com o time de Real Estate do próprio Nubank, o novo espaço de trabalho em São Paulo surgiu como uma resposta ao grande crescimento do “roxinho” durante a pandemia, exigindo uma adaptação eficiente e representativa da cultura Nubank.
Sob a liderança de Cristina Callamari, o time de Real Estate abrange estratégias para expansão de espaços e portfólio, gestão física e estudos para ampliação de escritórios. Com o retorno aos escritórios em 2023, a equipe apostou em um local que desafiasse as convenções do mercado imobiliário corporativo.
Pensando nisso — e visando atender às necessidades de todos os colaboradores —, o ponto de partida do projeto arquitetônico foi a elaboração do programa de necessidades, incorporando feedbacks dos líderes e usuários. A pesquisa de satisfação, realizada no retorno dos colaboradores aos escritórios, revelou a demanda por mais espaços de eventos e salas de reuniões, impulsionando a criação de um ambiente que promovesse maior conexão entre os integrantes da equipe.
“O conceito principal desse projeto é sempre ter a cultura do Nubank como for, mas claro que a gente sempre traz o cliente no centro de tudo que a gente faz”, conta Callamari.
Projetado pelos escritórios MM18 e Argis Arquitetura, o novo espaço se destaca pela conexão com o industrial e uso de materiais como concreto e estrutura metálica, proporcionando uma atmosfera autêntica e alinhada à cultura da empresa. A iluminação natural foi priorizada, integrada a elementos como a vegetação, promovendo uma atmosfera que vai além do ambiente corporativo convencional.
Em entrevista à Galeria da Arquitetura, Callamari cita os destaques do projeto. “O nosso térreo tem uma área de recepção e um café aberto ao público que já garantem uma grande conexão com a cidade”, diz. “Além disso, nesse espaço, nós também temos um pouco da experiência wall, em que o visitante tem um espaço instagramável à disposição, seja para tirar uma foto, brincar ou criar uma conexão com essa nossa cultura”, completa.
Com o térreo marcado pelas áreas de interação, o local virou o centro de descontração do NuOffice@Spark, além de um átrio central do galpão. Logo após as catracas, ficam mesas de pebolim, espaços para jogar videogames, mesa de pingue-pongue, cestas de basquete e canteiros de árvores rodeados por cadeiras de praia com design desenhado especialmente para o roxinho. Ocupando um local de grande destaque, há, ainda, uma jabuticabeira no centro de uma escada, cultivada há décadas no galpão.
“Uma vez dentro do Spark, nós encontramos o NuBreak, que é um espaço de conexão e de descontração. De ter uma mesa de jogos, um lugar para a refeição e descanso antes de voltar para o trabalho. Temos também o Central Park, que é uma área onde nós fazemos as conexões dos times, seja happy hour, brainstorm ou reuniões informais”, conta a arquiteta.
Do Central Park, onde ficam as cadeiras de praia, o colaborador tem acesso às workstations, atrás da grade vazada roxa, e ao corredor lateral, onde ficam uma série de outras amenidades. De um lado, estão as salas de reunião: a Big Bang (espaço que reproduz com exatidão a sala da casa onde o Nubank foi fundado), a Cometa, a Aurora e a Boreal. As duas últimas podem ser separadas ou interligadas, já que a divisão entre elas é removível, criando um grande ambiente integrado.
Do outro lado, por sua vez, estão algumas cabines privativas, enfermagem, banheiro e o Day One — um local de apresentações, com capacidade para até 400 pessoas e totalmente equipado com luzes, som e outras ferramentas de apresentação.
Nos pavimentos acima, o conceito permanece o mesmo. No centro dos andares, o foco é a biofilia. Nas laterais, ficam as áreas de trabalho, cabines, salas de reuniões e minicafés. Os grids metálicos no teto e a paleta de cores com tons de roxo e cinza definem os ambientes colaborativos.
Callamari conta uma curiosidade acerca dos nomes das salas. “No primeiro andar, as salas de reunião têm nome de pessoas que desafiaram o status quo, um dos princípios do Nubank. Já no segundo andar, são os nomes de planetas, remetendo ao nosso universo. Por fim, no terceiro andar, as salas de reunião têm o nome de pedras preciosas brasileiras, fazendo alusão ao nosso conceito de ser único.”
No terceiro andar, há, ainda, uma área com piso totalmente revestido por grama sintética, com salas de reunião próximas ao Hall of Fame — em português, Hall da Fama. Lá, pufes, livros e homenagens dão a característica descontraída ao ambiente.
Entre os desafios citados pela equipe, estão a adaptação do antigo galpão, mantendo a essência industrial, e a escolha consciente de materiais, como a telha galvanizada na cobertura do espaço de eventos.
A arquiteta e Head de Real Estate do Nubank conta que a MM18 propôs um conceito que, além de criar apropriação, ainda conecta os colaboradores com o espaço — um dos grandes diferenciais do projeto.
“Apesar de o concreto, a estrutura metálica e a iluminação natural serem comuns nos projetos contemporâneos, a equipe da MM18 foi capaz de trazer nos materiais, no design, toda essa conexão. É tudo muito aberto, com muito vidro e o nosso metal conecta com o metal da estrutura do prédio. Todos os materiais foram pensados para justamente trazer um pouco do espaço de trabalho, do escritório convencional, carpete ou cortina ou painéis acústicos, sem nunca deixar de lado essa conexão com o edifício. É por isso que nós não temos forro na maioria dos espaços. É tudo aberto e as luminárias fazem muito essa conexão com a estrutura do prédio”, conclui.
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