Uma família de uma pequena cidade do Sul do Brasil convidou o escritório Aresto Arquitetura para desenhar uma residência simples, contemporânea e com capacidade para receber bem parentes e amigos.
O lote, localizado em uma das esquinas do condomínio Terras, em Jundiaí (SP), não proporcionava recuos naturais e, consequentemente, havia menos área para construção. Por isso, a garagem foi construída no nível inferior, aproveitando a própria topografia do terreno e dispensando movimentações de terra.
Por outro lado, o espaço limitado era perfeito para uma casa térrea com programa simplificado, que se adaptasse às curvas de níveis originais. E assim começou o projeto arquitetônico da Casa Cecris.
O único pavimento, com 246,04 m², abriga, na parte interna, sala de estar integrada à cozinha, espaço gourmet, quatro dormitórios – sendo uma suíte máster, duas suítes menores e outra para os hóspedes – e lavabo. Na área externa, ficam a lavanderia, o vestiário e a piscina. O bloco pode ser acessado por umas das três entradas: a principal, a de serviço e a garagem.
A planta foi desenhada com formato de “U”, para que a residência envolvesse a área de lazer, garantindo a sua privacidade. Essa preocupação foi levada em consideração também na disposição dos quartos. Como três deles têm janelas voltadas para a rua, foi necessário adotar peitoris mais altos do que os convencionais. A área de serviço foi posicionada na lateral da casa para aproveitamento do sol da tarde para secagem de roupas.
Para separar os ambientes internos da piscina, foram utilizados panos de vidro, que possibilitam melhor aproveitamento da ventilação e iluminação naturais. O material também favorece a iluminação dos banheiros e dormitórios alinhados à rua. Nos ambientes de convívio social, onde a luz natural não chega, foram usados spots e pendentes fixos em um forro simples, sem recortes.
O design de interiores é clean, com texturas e móveis madeira claros. Essa simplicidade também pode ser notada nas peças de iluminação, todas brancas.
A construção da casa e a escolha dos materiais foram precedidas de uma reflexão curiosa dos arquitetos. “No entorno do condomínio, observa-se claramente duas realidades distintas: chácaras e propriedades rurais, com o homem convivendo harmoniosamente com uma natureza abundante e uma ocupação da terra de forma devastadora e impositiva nos novos bairros e condomínios”, conta Danillo Mazzani. Considerando essa constatação, o projeto foi composto de dois elementos: uma base de aparência pesada, bruta, que lembra uma grande pedra, representando a ocupação humana agressiva à natureza e uma parte que parece uma casca branca leve que sobrepõe este bloco, representando a ocupação harmoniosa do homem com a natureza. “Essa parte reflete o nosso desejo de que a vida em harmonia com o meio ambiente seja o modelo que prevaleça na região”, completa Mazzani.
Externamente, a casa foi pintada de branco – um dos poucos pedidos dos proprietários – e foram empregados painéis de ACM que escondem a porta de entrada, pedra natural, revestimento fulget e porcelanato que imita madeira. Todos os materiais de acabamento foram escolhidos para que casassem com as linhas retas e minimalistas.
No projeto de paisagismo, foram escolhidas espécies que não exigem tanta manutenção, como Bromélia Imperial Roxa, Palmeira Tamareira Anã, Buxinho, Trapoeraba Roxa e Cipreste Italiano. As plantas ocupam pontos estratégicos preenchendo o gramado, mas sem esconder a arquitetura.
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