O bar e espaço multiuso destinado a diferentes fins culturais – instalado em uma casa térrea com mezanino – foi inaugurado na alta temporada de Salvador após uma rápida intervenção de apenas cinco meses. Visando o cumprimento do prazo curto de entrega da obra, o A&P Arquitetura e Urbanismo – escritório de arquitetura responsável pelo projeto – optou por revestir quase todas as superfícies verticais internas e externas com pallets de madeira de 1,20 x 1,00 m, e os forros com caixas de fruta. “Chegamos à conclusão que deveríamos buscar materiais de revestimento que fossem econômicos e que, com pequenas variações, pudessem ser adotados tanto interna quanto externamente. Além disso, deveriam ter boa qualidade acústica e expressividade marcante, mas não usual”, destaca o arquiteto responsável Nivaldo Andrade.
Os pallets foram aplicados nas fachadas e paredes internas. Já as caixas de frutas foram utilizadas nos forros das áreas internas e do pátio externo. O arquiteto explica que a instalação das luzes foi facilitada pelo uso desses revestimentos simples, porém inusitados. “Esses dois elementos permitiram ainda que, além de material de revestimento, funcionassem como luminárias, na medida em que as lâmpadas puderam ser instaladas por trás deles. Além disso, são utilizados como painéis acústicos, através da instalação de uma manta de lã de PET”, diz. O projeto acústico priorizou o isolamento e a qualidade do som – pré-requisito básico já que se trata de uma casa de shows.
Suspensas com cabos de nylon em diferentes alturas no forro da varanda, as caixas de fruta são vistas como o elemento de destaque da casa noturna. Elas também foram utilizadas na confecção dos balcões dos bares – dispostos no pátio externo, na pista de dança e no mezanino. “Aplicadas nos balcões, elas também estão associadas às placas de compensado naval, utilizadas nas divisórias dos sanitários”, ressalta.
Nivaldo também destaca o uso de soluções e materiais alternativos nos banheiros, que mantêm a coerência do projeto. “A principal inovação está na utilização de materiais econômicos e pouco utilizados na construção civil, sem que isso represente uma perda na qualidade arquitetônica. Ao contrário, são esses materiais que qualificam o espaço”. Além do compensado naval nas portas e divisórias, os sanitários receberam bacias de alumínio apoiadas sobre um tronco de cone invertido também em chapa de alumínio.
A parede do pátio externo recebeu painéis verticais de compensado naval. No mezanino, um espaço para venda de fichas foi instalado com um anexo do bar.
“Para separar o pátio interno da cozinha e de outras áreas de serviço foram utilizados painéis em compensado naval, que servem para esconder os elementos internos quando o pátio não está aberto para funcionamento. Esses painéis são encimados por placas cimentícias horizontais que funcionam como marquises”, completa o arquiteto.
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