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Edifício Fidalga 772

Edifício Fidalga 772
Humanizado, o Fidalga promove uma delicada relação entre usuários e o entorno, cujo relevo, ruas arborizadas e o próprio perfil dos moradores locais refletem na arquitetura do edifício. Imagens: Nelson Kon
Edifício Fidalga 772
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Sintonia urbana

Texto: Tais Mello

A inserção delicada no entorno e as paisagens proporcionadas a seus usuários por cada apartamento fazem do edifício Fidalga, na Vila Madalena, São Paulo, uma construção humanizada, cuja postura evidencia uma total gentileza com a vizinhança. “O prédio inspira-se no conjunto heterogêneo composto pela paisagem do bairro e manifesta uma releitura deste DNA. No interior, os apartamentos de diferentes formatos são abertos, com total liberdade de ocupação para acomodar o estilo de vida próprio de cada um, além de oferecerem francas vistas”, explica Vinicius de Andrade, sócio-diretor do escritório Andrade Morettin Arquitetos Associados.

O prédio inspira-se no conjunto heterogêneo composto pela paisagem do bairro e manifesta uma releitura deste DNA. No interior, os apartamentos de diferentes formatos são abertos, com total liberdade de ocupação para acomodar o estilo de vida próprio de cada um, além de oferecerem francas vistas Vinicius de Andrade

Para conseguir esta sintonia, os profissionais Vinicius de Andrade e Renata Andrulis, arquiteta associada, investiram no uso amplo de painéis de vidro e na criação de varandas generosas para cada uma das unidades. A fachada inusitada conquista ao expor uma livre alternância entre os painéis de vidro e painéis de madeira, dando à volumetria certa leveza e descontração. A relação com a rua é marcada por uma grande cobertura logo na entrada. “Essa solução confere uma expressão de generosidade urbana mesclada ao sentimento de acolhimento”, descreve Renata Andrulis. Indagada sobre a frente do Fidalga, a arquiteta revela que o edifício em sua volumetria surgiu da vontade de ‘brincar’ com a divertida e movimentada paisagem da Vila Madalena e, simultaneamente, expressar a variação e flexibilidade oferecidas em seu interior.

Design e eficiência térmica

Todas as fachadas da construção são compostas por vidro e painéis opacos, dispostos de forma irregular, o que dá a sensação de movimento. A distribuição das áreas envidraçadas e aberturas foi projetada para limitar o mínimo possível a flexibilidade da disposição interna dos ambientes. A modulação deixa clara a diversidade que existe em cada ambiente interno, uma vez que a disposição dos apartamentos é determinada a partir do encaixe das peças que formam a estrutura de um quebra-cabeça em três dimensões: cobertura, térreo e garagem.

A fachada da face sul é a mais envidraçada e coincide com a vista para uma área verde extremamente densa e atraente. Já a norte expõe o recurso de estreitos brises de concreto, ideais para dosar a entrada de raios solares. Assim, o projeto responde a sua orientação com áreas mais fechadas para a face norte, e abertas na face sul, o que permite a ventilação cruzada. Tanto a automação como o sistema de ar condicionado ficam a cargo do proprietário, caso sinta necessidade de instalação. “Por isso foi prevista, tanto pela arquitetura como pelas disciplinas complementares, uma infraestrutura necessária para a utilização dos recursos de automação e climatização”, explica Vinicius.

Hall impactante

No hall, iluminação e paisagismo sinalizam para a generosa arquitetura do edifício. Um jardim de sombra volumoso marca o espaço, e a iluminação das áreas comuns com pé-direito alto chama a atenção dos visitantes. Morettin conta que o maior desafio no projeto luminotécnico eram as áreas localizadas na entrada do edifício. “A proposta desenvolvida pelo projetista de iluminação utilizou luminárias industriais com braços metálicos – móveis ou fixas –, sempre associadas aos pilares”.

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Materiais à flor da pele

Entre os principais materiais estão os painéis HDF – High Density Fiberboard –, compostos de fórmica de alto desempenho, e os caixilhos de alumínio, ambos usados na estrutura e vedação das fachadas moduladas. Na frente norte, os brises são de concreto, também presente nas vigas estruturais.

O fato de os materiais se apresentarem na construção à flor da pele representa uma sofisticada influência brutalista da escola do arquiteto brasileiro Vilanova Artigas. A Escola Brutalista, também conhecida como Escola Paulista, defendia a verdade estrutural das edificações, que mostrava e destacava elementos estruturais como o concreto armado e os perfis metálicos de vigas e pilares.

Foi prevista, tanto pela arquitetura como pelas disciplinas complementares, uma infraestrutura necessária para a utilização dos recursos de automação e climatização Vinicius de Andrade

Terreno e programa

Desde o início do projeto, o terreno irregular já sinalizava para uma construção ímpar. Renata explica que ele apresenta duas alas e contorna um lote ocupado por uma residência. “O perfil natural da área apresentava um grande desnível entre a testada e o fundo do terreno”. Para o edifício adequar-se a esse formato irregular, os arquitetos procuraram expressar, de maneira indireta, a heterogeneidade de formas do bairro. O desnível de seis metros em relação à parte posterior do lote resultou no afloramento dos dois níveis da garagem, deixando a edificação no nível da rua principal, com o térreo elevado. A entrada dos carros é feita entre pilotis e jardins.

Dentro das unidades, as lajes livres vencem o vão de todo o apartamento sem a necessidade de pilares. Os 12 apartamentos possuem áreas variadas entre 110 e 220 m². Com a maior flexibilidade possível, eles oferecem diversas opções de layout e dividem-se em simples e dúplex. A variedade atende à demanda do mercado, que possui um perfil de morador diferente do outro.

Segundo Renata Andrulis, cada unidade foi concebida como uma concha vazia. “O fato possibilita uma ampla flexibilidade de ocupação, inclusive, a integração de conjuntos vizinhos”. Para isso, todos os apartamentos exibem pé-direito duplo e contam com diversas prumadas de instalações prediais em vários pontos, estrategicamente distribuídos, permitindo o reposicionamento dos ambientes internos. A presença de amplas varandas reentrantes oferecem, ainda, a oportunidade de vivenciar espaços externos em condições abrigadas.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2009
  • Conclusão da obra: 2011
  • Área construída: 3775 m²

Ficha Técnica

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