A expansão do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo foi realizada pelo escritório Bacco Decidimos preservar e reformar a estrutura do prédio vizinho. Se demolíssemos, perderíamos o potencial construtivo, uma vez que os terrenos foram incorporados Marcelo Barbosa Arquitetos Associados, a partir da integração de um edifício vizinho. Na nova proposta, as duas construções passaram a integrar um só partido por meio de uma caixa de vidro com rampas e escadas que os conectam em diferentes níveis. No prédio anexo, a arquitetura abriga o atendimento ao público, o museu, o auditório, a mediateca e a recepção.
A expansão abrange uma área mais cultural com teatro e áreas de lazer do Conselho Regional. “Decidimos preservar e reformar a estrutura do prédio vizinho da década de 1960, no qual funcionava uma concessionária de carros. Se demolíssemos, perderíamos o potencial construtivo, uma vez que os terrenos foram incorporados”, explica Marcelo Barbosa. Para isso, o edifício foi descascado, preservando seu esqueleto.
O teto existente com telha sanduíche estava totalmente podre, de madeira laminada colada. A estrutura de madeira do prédio também pedia o reforço de uma nova fundação metálica. “A cobertura era bonita, mas não poderia ser aproveitada. Estruturalmente fizemos uma mesa gigante – de 28 x14 m, com quatro pilares novos que se encaixavam em cima do prédio antigo – para receber o teto novo, mas sem sobrecarregar nenhuma das áreas existentes. A estrutura metálica executada foi exatamente isso”, finaliza o arquiteto Jupira Corbucci.
Jupira relembra que o prédio era uma caixa forte e carecia de recuo frontal. “Demolimos os primeiros cinco metros do recuo para poder criar o alinhamento com a construção existente, reforçando a ideia inicial de trabalhar a base”. O novo visual dado ao edifício repercutiu na região. Marcelo conta que “uma das vantagens de revitalizar o empreendimento é que ele acabou impulsionando a área meio 'borderline' – sem notoriedade – entre os bairros de Higienópolis, Santa Cecília e Barra Funda”. No novo projeto, um dos desafios enfrentados pelos arquitetos era como interligar um prédio existente a outro engessado, com lajes em cotas distintas. “A diferença de altura variava. Para resolver o problema, projetamos um sistema de rampas e ligações com a função de interligar os andares com cotas diferentes e criar um espaço aberto dotado de fluidez, para as pessoas poderem circular”, explica Jupira. Nesse espaço há muito verde, um grande hall intermediário com a função de integrar os dois prédios e bastante iluminação. O resultado é uma interessante composição entre um volume vertical e um horizontal com acesso que interliga os dois partidos, rampas, ligações e jardim.
Situado na região central de São Paulo, no bairro de Santa Cecília, o CRC está ao lado do Elevado Estruturalmente fizemos uma mesa gigante – de 28 x14 m, com quatro pilares novos que se encaixavam em cima do prédio antigo – para receber o teto novo, mas sem sobrecarregar nenhuma das áreas existentes. A estrutura metálica executada foi exatamente isso Jupira Corbucci Costa e Silva, mais conhecido como Minhocão. Desde a primeira reforma, a equipe de arquitetos decidiu conduzir a fachada principal – a parte da torre propriamente dita – para o bairro de Higienópolis, na direção contrária ao elevado. “Foi uma decisão penosa porque a vista do Minhocão era a mais bonita, com o Pico do Jaraguá ao fundo, mas era preciso dar as costas – no bom sentido – ao barulho e caos existentes nessa área”, reflete Marcelo Barbosa. Voltada para o elevado, encontra-se a face que abriga sanitários, salas técnicas, elevador e escadas de segurança – setores que funcionam como uma proteção do edifício. Jupira lembra que a ideia de criar esta barreira e de fortalecer a história do bairro tornou-se o partido principal da reforma. “Com três fachadas bem distintas, o prédio não tem costas e segue o gabarito do entorno, de edificações baixas”.
No primeiro projeto o foco estava em um estilo moderno. “Recém-formados, procuramos aplicar materiais e soluções de fácil manutenção como brises com chapa de alumínio perfurado com pintura eletrostática, pastilhas, teto jardim e pilotis. Agora nos apropriamos da estrutura existente com um olhar um pouco mais contemporâneo, a partir do uso de materiais duradouros – a exemplo do que usamos no primeiro edifício, que se mantêm impecável, cumprindo a função de durar 20 anos”, comenta Marcelo.
Além do uso de materiais similares à primeira intervenção, como pastilhas nas cores branca e cinza e caixilhos, houve o emprego de muito vidro nos fechamentos, painéis de madeira, que formam os brises, e massa. As novas soluções resultaram em fachadas mais ventiladas.
Escritório
Termos mais buscados