Desenvolvido pelo escritório DMDV Arquitetos, o projeto arquitetônico do clube do condomínio residencial horizontal Alphaville Pelotas emerge de forma imponente em meio à paisagem da cidade que lhe dá nome, localizada no sudeste do estado do Rio Grande do Sul. A empresa, que tem empreendimentos em várias partes do país, convidou o escritório para projetar a arquitetura do clube e as edificações de apoio, como a guarita, portaria, copa, associação de moradores, entre outros.
“Trabalhamos com esse cliente há bastante tempo. Cada condomínio tem uma singularidade, e o que nos chamou atenção no caso desse é a sua localização em um terreno bastante plano, o que constitui o seu grande diferencial”, explica Renato Dalla Marta, arquiteto e sócio do escritório. Bruno Bonesso Vitorino, também sócio do escritório, complementa: “Geralmente, os terrenos reservados para os clubes são mais acidentados, por serem os mais difíceis de vender”.
“Graças ao terreno, resolvemos explorar a horizontalidade do edifício. Partimos de uma leitura do lugar, levando em consideração também o contexto urbano”, ilustra André Dias Dantas, arquiteto e também sócio.
Para o projeto do clube do Alphaville Pelotas, o escritório escolheu trabalhar com uma estrutura metálica. Sua utilização racionalizou o canteiro, evitou desperdícios e otimizou os prazos. “Esse tipo de estrutura conferiu traços industriais à construção”, considera Dalla Marta.
Entre os outros materiais escolhidos, estão a caixilharia em alumínio e vidro e as bordas das empenas feitas de alvenaria e revestidas por pedras da região. A caixilharia do Rio Grande do Sul apresenta uma característica distinta, que foi aproveitada pelos arquitetos.
Em relação ao conforto térmico, o escritório se preocupou em não só proteger a construção do calor, mas do frio também. Quase não há áreas avarandadas, então os blocos são caixas transparentes, fechados com caixilhos de vidro. “Trata-se de um projeto especifico de caixilhos para garantirmos uma estanqueidade de vento”, destaca Dalla Marta, complementando: “Esses materiais se apropriam um pouco da identidade do lugar”.
Outro elemento marcante no projeto do Alphaville Pelotas é o espelho d’água, criado para gerar fluxo e diferenciar a área interna da externa. Foi a solução encontrada para garantir a privacidade sem a necessidade de inserir uma grade. “O acesso é feito por uma passarela sobre a água. Você caminha por ela e por um pergolado metálico para chegar ao núcleo do edifício”, descreve Dantas.
A construção térrea é setorizada em três blocos e conectada por um eixo central de circulação. “A ideia foi conectar todos os núcleos por meio desse eixo”, explica Vitorino.
O primeiro bloco é composto pela portaria do condomínio, pela guarita e por um pequeno setor de apoio, onde ficam a associação de moradores e os vestiários e a copa para os funcionários.
O clube do Alphaville Pelotas fica no segundo bloco, que engloba uma área comum, uma área de convivência, uma recepção, um salão de festas, espaço gourmet, cozinha, sanitários, churrasqueira, SPA, sauna, piscina, espaço kids e salão de jogos.
Por fim, o terceiro bloco é composto pelo setor esportivo e conta com campo de futebol, quadra de tênis, quadra poliesportiva e um playground para as crianças.
“Desenvolvemos uma parrilla - tipo de churrasqueira que usa um sistema de grelhas móveis -, que é uma característica cultural daquela região e possui um calçamento feito de tijolo em volta”, comenta Dalla Marta.
Dantas complementa: “É um espaço fechado, não uma churrasqueira aberta como a gente está acostumado a ver, pois seguimos as especificidades que respeitam a tradição”.
André Dantas ressalta o que, para ele, o projeto do clube do Alphaville Pelotas tem de especial: “Há um grande lago que serpenteia por todo o miolo do condomínio. Resolvemos tirar partido dessa relação com a água”. Bruno Vitorino completa chamando a atenção para a bela vista, principalmente a do salão de festas, de onde é possível apreciar o lago em frente.
Já Renato Dalla Marta conclui: “O mais legal desse projeto é que ele é simples. Parafraseando o arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe, menos é mais”.
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