A estruturação da Casa VR02 foi definida pelas restrições que o terreno oferecia, tanto pela geometria esguia e praticamente plana, quanto para o melhor aproveitamento da iluminação e ventilação natural. “A implantação se desenvolve em dois volumes paralelos entre si, dissolvendo-se de acordo com os limites da área”, explica o arquiteto Marcus La Motta.
O projeto ocupa um lote de 32 metros de frente, 112 metros de comprimento e 20 metros de fundo, fechando um trapézio esguio. O desnível longitudinal não passa de dois metros e o terreno está localizado em um condomínio residencial de Itu, no interior de São Paulo.
A entrada da casa reflete a tensão espacial entre os dois volumes, resultando em um pátio de acesso e não somente à porta de acesso. “Essa tensão é que oferece a possibilidade de especular sobre a implantação, bem como criar novos espaços e ambiências”, conta.
No bloco maior foram criados dois pátios internos fracionados, subtraídos do volume da edificação. Eles iluminam e ventilam naturalmente o espaço interno da casa e inserem relações de contemplação evidentes ao lugar.
“Trata-se de uma releitura do pátio interno e sua tipologia de ocupação do vazio, transformando-o em um lugar contemplativo e de experiências individuais convencionais à natureza humana. Esses pátios também diluem a barreira entre exterior e interior e auxiliam na distribuição do programa” comenta Marcus.
Formado por quatro dormitórios, o desenho do pavilhão superior realça a leveza ao parecer flutuar, já que necessita de poucos apoios para a sua sustentação. “A proposta estrutural simplifica esses apoios, gerando economia de meios para sua execução”, relata.
Ao mostrar todos os elementos estruturais, a construção revela sua maior característica, de aprimorar os detalhes construtivos ao mesmo tempo em que cumpre o essencial. “Não há elementos escondidos: pilares e vigas transpassam uns aos outros, formando todo o conjunto. A obra revela-se de maneira clara e limpa” reflete o arquiteto.
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