Um trio de blocos independentes distribuídos linearmente em um lote dividido em três, cada qual exibindo janelas e portas coloridas em tons alegres. O interessante projeto arquitetônico das Casas Cubo foi erguido em Curitiba/PR pelo escritório Aleph Zero e pelo arquiteto Juliano Monteiro e mostra como a arquitetura brasileira contemporânea pode surpreender.
O que diferencia as construções trigêmeas são as composições das aberturas, que estão dispostas de maneira irregular nas fachadas. Além disso, as diferentes cores utilizadas nas molduras das janelas e portas personalizam cada edifício.
“Esse projeto foi concebido para atender à crescente demanda de habitação da cidade”, explica o arquiteto Gustavo Utrabo. “As moradias foram construídas em três conjuntos, sendo que cada um deles engloba três casas independentes”.
Dentro de cada bloco, há duas casas nas extremidades e uma no centro. As das pontas possuem três quartos e a central, dois quartos e um vão maior na parte posterior. Um espaço no meio também organiza o fluxo de todo o edifício.
As residências apresentam características únicas e personalizadas, prezando sempre pela qualidade dos materiais utilizados, todos escolhidos para garantir conforto térmico e acústico aos moradores.
Os arquitetos também procuraram criar um ambiente interno rico em luz natural e que apresentasse vistas enquadradas do espaço exterior. A principal riqueza do projeto está na maneira como a porosidade das paredes permite uma experiência sensorial única com os ambientes interno e externo.
As aberturas que pontuam as fachadas possuem uma importante função neste projeto, pois são elas que dão personalidade às Casas Cubo. Além de auxiliarem as alvenarias como elementos construtivos, as janelas brincam com a luz e criam atmosferas internas diferenciadas.
Cada abertura lateral ou zenital foi pensada para responder a determinadas necessidades, visuais ou funcionais. Todo percurso dentro da casa é pontuado por uma abertura que enquadra de alguma forma objetos e momentos do espaço exterior.
“As janelas funcionam como um filtro, modificando a tonalidade da luz que entra no espaço”, observa o arquiteto Pedro Duschenes.
A principal dificuldade enfrentada pelos arquitetos foi a de lidar, de uma vez, com o pouco espaço, o desnível do terreno e a necessidade de se construir a maior área possível. A solução foi a não unificação dos lotes e a distribuição das moradias no sentido dos fundos, em vez de ocupar a fachada.
Todo o projeto foi construído de acordo com a concisão formal, de forma compacta e em linhas e ângulos retos, proporcionando um aproveitamento melhor do espaço.
Por fim, o paisagismo é bastante simples. Os arquitetos buscaram uma redução de custos e tiraram proveito das árvores existentes no bosque, que foram devidamente catalogadas. “Buscamos maximizar o contato visual entre o pedestre e as áreas verdes nos fundos dos lotes”, finaliza Utrabo.
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