A trezentos metros de distância do luxuoso hotel Casa de Uco Vineyards & Wine Resort, uma nova construção despontou para fazer parte de um cenário paradisíaco, composto por vinhedos e por uma das mais belas vistas da Cordilheira dos Andes, na Argentina.
Batizada de Causa Paucho, a propriedade oferece uma hospedagem ultra reservada para até seis hóspedes. Assim como o hotel do qual faz parte, ela foi projetada por Alberto Tonconogy Arquitectos e está situada no Vale do Uco, ao sul da cidade de Mendoza.
De acordo com o escritório, a Casa Paucho tem uma arquitetura cheia de personalidade, que dialoga com a natureza exuberante ao redor. “No ambiente virgem e selvagem onde a casa está, é delicado intervir com elementos exóticos, talvez por isso este trabalho tenha se tornado uma peça abstrata de concreto pétreo, que interfere minimamente na natureza em comparação a um estilo arquitetônico muito marcado”, comentam os arquitetos.
Sua fachada em concreto aparente – solução usada também nas paredes internas – traz leveza e contemporaneidade ao projeto. “O concreto é o principal material escolhido para a Casa Paucho devido ao fato de manter suas características e nobreza ao longo do tempo. Como está localizada em um lugar árido e semideserto, o concreto tem mais durabilidade e é feito de materiais originários do próprio local: cimento, pedra, areia e água. Esses elementos constituintes são uma resposta espontânea e autêntica ao espaço”, explicam os profissionais do Alberto Tonconogy.
Por outro lado, foram necessários materiais de isolamento térmico, responsáveis por trazer conforto para o interior da hospedagem, já que o Vale do Uco é uma região que costuma apresentar temperaturas frias, especialmente nos meses de inverno, e amplitude térmica.
Falando em conforto térmico, a madeira, considerada um isolante natural, foi amplamente utilizada no interior da Casa Paucho. Ela aparece em pisos, painéis, portas e forros, conferindo elegância e sensação de bem-estar.
Os panos de vidro favorecem a permeabilidade visual e a entrada de luz natural
Outro material que se destaca no projeto arquitetônico é o vidro, usado nas grandes esquadrias que separam a área de lazer da área de estar e dos dormitórios, permitindo a entrada de iluminação natural e também contribuindo para o conforto térmico.
No cair da noite, o efeito é contrário. Através dos panos de vidro é possível perceber o interior se iluminando e se destacando na paisagem.
A Casa Paucho foi projetada em um terreno de 15 mil metros quadrados, mas sua área construída soma 250 metros quadrados. A intenção foi justamente criar algo intimista em um cenário de vastidão, cercado por vinhedos e por uma natureza exuberante com flora nativa e pés de lavanda e alecrim.
O programa da hospedaria conta com sala com lareira, cozinha totalmente equipada, deck, três suítes completas, churrasqueira, estacionamento, além de telhado privativo com banheira de hidromassagem. No subsolo, como não poderia faltar, o destaque fica por conta da adega própria, com rótulos mundialmente reconhecidos.
“O conceito funcional do projeto foi isolar as atividades internas, as sociais, as de descanso e as externas para que todas pudessem ser desenvolvidas ao mesmo tempo sem incomodar uns aos outros”, mencionou o escritório.
Todo o empreendimento teve uma forte orientação para a sustentabilidade. “Uma das preocupações foi controlar a diminuição e o aumento de temperatura, em um amplo escopo térmico”, contam os arquitetos.
Para tanto, a morada possui quatro tipos de aquecimento-resfriamento: piso radiante, rodapés, ar-condicionado e fogão a lenha. Os painéis solares existentes são equivalentes ao consumo médio de eletricidade da casa.
Outra medida sustentável foi a reutilização de águas cinzas na irrigação. “A casa pode funcionar de forma autônoma, sem qualquer ligação ao exterior”, mencionam.
Hotel Kuara, de David Guerra Arquitetura e Interiores
Monastero Arx Vivendi, de noa*
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