Aproveitando-se da declividade e do formato do terreno, o arquiteto Alexandre Aguirre projetou a Casa LCC com dois blocos. Eles são revestidos de concreto aparente, mas um deles se sobressai pois parece flutuar sobre a garagem através de pilares. Em contrapartida, o outro volume segue caprichosamente “escondido” pela vegetação.
Aguirre, autor do projeto arquitetônico e fundador do escritório que leva seu nome, aponta qual era a ideia principal para a Casa LCC: “fazer uma edificação contemporânea com linhas retas, que se destacasse do entorno e fosse construída em concreto em tons mais neutros”. O profissional ressalta que esse material foi tratado no próprio canteiro de obras.
A inspiração surgiu das casas brasileiras construídas nos anos 1960, as quais apresentavam um caráter brutalista. Além do concreto aparente cobrindo as fachadas, o arquiteto reforçou esse estilo ao utilizar outros materiais naturais, como a pedra que reveste alguns muros externos e a madeira presente nos painéis do estar e no ripado usado para o fechamento dos dormitórios.
De acordo com o arquiteto, o programa de necessidades da Casa LCC era excepcionalmente grande levando em conta o tamanho do lote, que somava 600 m². O formato triangular desse terreno de esquina e a legislação do condomínio no qual a residência foi implantada também dificultaram a execução do projeto.
No final das contas, a edificação acomodou-se muito bem sobre a gleba. Aguirre dividiu a residência em duas partes, de modo que os blocos acompanham a configuração triangular do terreno. De um lado fica o bloco (social), que se mantém em um único pavimento, ao contrário do outro bloco, disposto em dois andares para acomodar a garagem embaixo e a área íntima lá em cima.
Esse respectivo volume expõe o grande diferencial do projeto arquitetônico: um bloco robusto de concreto que transmite a sensação de leveza ao erguer-se sobre a garagem através dos pilares (também feitos de concreto).
Para o interior da Casa LCC, Aguirre optou por um estilo oposto ao aplicado nas fachadas: o minimalista. Sem praticamente nenhum outro adorno, são os móveis em madeira que compõem – e ainda setorizam – espaço gourmet, salas de estar e jantar. “O destaque dessa área consiste nos painéis de madeira que revelam a cozinha e a sala de TV”, descreve o arquiteto.
A iluminação também é minimalista, com poucos pontos de luz para causar um efeito intimista e acolhedor a cada ambiente.
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