Com uma estrutura de 7.000 m² de área construída e oito pavimentos – sendo dois subsolos e uma cobertura, onde fica a quadra coberta com pé-direito de 8,6 m – a academia Edge Life Sports, localizada no bairro de Santana, São Paulo, é considerada referência. “O cliente queria um empreendimento com jeito de clube para atender ao público de todas as idades, uma vez que, segundo pesquisa de mercado, havia demanda para um negócio desse porte no local”, explica a arquiteta Betty Birger, responsável pela arquitetura, interiores, design do mobiliário e fachadas.
O edifício essencialmente urbano revela nas fachadas o concreto aparente e a pele de vidro verde refletivo, fixada em estrutura e brises, ambos metálicos, que revestem as paredes cegas, dando ritmo horizontal à composição. “No fechamento, redefinimos as aberturas de caixilhos. Como resultado, surge nova volumetria e fachada”, revela Betty.
A rampa de acesso na cor amarela quebra a simetria, enquanto a parede angulada de granito preto com recortes vazados e um plano de vidro na face posterior confere dinamismo à construção.
Com espaços visualmente integrados, a construção vertical tem 3.500 m² de academia, 1.900 m² de estacionamento no subsolo e 175 m² de áreas técnicas – aquecedores, máquinas de ar-condicionado e tratamento de piscina. O projeto desde a construção focou no bem-estar do aluno.
No fechamento, redefinimos as aberturas de caixilhos. Como resultado, surge nova volumetria e fachada Betty Birger “Era preciso fazê-lo sentir-se acolhido em todos os ambientes da academia. Como o empreendimento lida com movimento, os frequentadores precisavam ter acesso visual a todos os ambientes, interagindo uns com outros”, explica a arquiteta Patricia Totaro.
A solução foi criar um átrio central, onde todos os andares do prédio se voltam para a sala de cardio que, elevada em patamares, libera a visão para a piscina no nível inferior. Esta área distrai o aluno que usa o espaço, pois ele consegue ver o movimento de quem entra e sai, além de ter uma vista total da área de convivência (lanchonete).
O projeto inicial, elaborado pela arquiteta Patricia Totaro, especializada em arquitetura esportiva, demandou o uso de iluminação natural e de materiais recicláveis na Construção Civil. “Optamos pelo concreto moldado in loco, já que o fator tempo não era uma premissa e a solução ainda apresentava vantagens. Por serem feitas no local, as lajes nervuradas garantem vãos maiores”, revela. Sustentáveis, elas dispensam boa parte do uso da madeira na obra.
Dentre os atributos da construção, voltados para o conforto dos usuários, destacam-se vestiários de fácil acesso e ligados diretamente à piscina; lavabos em todos os andares; sala de musculação em um andar único, totalmente livre para poder mudar o layout sempre que necessário; e salas de ginástica em outro pavimento, para promover a convivência em grupo dos alunos.
A arquiteta Betty Birger explica que no projeto de interiores foi utilizada toda a estrutura, o perímetro das lajes, a caixa de elevadores, a escada enclausurada, as escadas de acesso à piscina e os vestiários já executados. “Criamos novas áreas para alocar recepção, lounge, cafeteria, cozinha e nova escada de acesso aos equipamentos de ginástica”, enumera.
Os acréscimos na construção não param por aí. “No vão livre projetamos a escada helicoidal preta, que dá acesso aos outros pavimentos, nos quais espaços e salas foram realocados, e o fluxograma refeito”, detalha a arquiteta.
O pavimento destinado aos exercícios de musculação é totalmente aberto e no andar que comporta as atividades de spinning, luta, pilates, ioga e ginástica, as salas foram delimitadas por divisórias piso-teto de vidro, sem montantes verticais. “Essas propriedades asseguram a acústica e preservam a integração visual, garantindo luz natural ao átrio”, observa a profissional.
Integrados visualmente, os espaços internos têm ambientações atuais e convidativas, como a escada metálica na forma de espiral, com quase três metros de diâmetro. Pintada na cor preta e decorada com desenhos que fazem referência aos grafites urbanos, ela assume papel escultural no grande átrio.
O piso de alta performance acústica é predominantemente em padrão madeira. O que muda de uma sala para outra são as cores e densidades, embora sigam o mesmo conceito arquitetônico.
Como critério, foram levadas em conta cada uma das atividades esportivas da academia, garantindo mais segurança aos alunos. Betty dá o exemplo das salas de lutas, com paredes e piso em tons de vermelho. “A cor acaba sendo refletida no teto, criando um efeito impactante”, destaca.
O pavimento de acesso abriga recepção e lounge com cafeteria, convidando aos encontros e ao relax. O mobiliário desenhado pela arquiteta Betty Birger tem a companhia de cadeiras de design consagrado. Vasos com árvores esquentam o espaço integrado visualmente pelo concreto aparente à área dos aparelhos para condicionamento cardiovascular, como esteiras e bicicletas ergométricas.
A academia exibe um projeto totalmente acessível a Portadores de Necessidades Especiais (PNE), Em busca do conforto acústico e da melhor qualidade do ar, optamos por placas de gesso perfuradasBetty Birger com rampas em todas as entradas, elevadores e cabines adaptadas dentro dos banheiros. Um dos pontos de destaque é a composição entre o forro e as luminárias.
“Em busca do conforto acústico e da melhor qualidade do ar, optamos por placas de gesso perfuradas.
No meio das placas foram feitos recortes retilíneos nos tetos (cada ambiente com uma proposta de desenho diferente), fechados com membranas tensionadas”, relata Betty. O recurso recebe, ainda, um tratamento capaz de neutralizar odores desagradáveis e cria uma iluminação difusa e agradável a partir de LEDs e fluorescentes tubulares ou compactas.
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