O que poderia ser um grande e pesado complexo industrial ganhou leveza e iluminação no projeto do SICPA Brasil Indústria de Tintas e Sistemas, desenvolvido pelo escritório LoebCapote Arquitetura e Urbanismo. O entorno mostrava-se carente de restaurantes e áreas de descanso... A solução veio com a criação de uma praça de acesso ao complexo Roberto Loeb A empresa é responsável pela produção de tintas de segurança para impressão de papel moeda – as notas do dinheiro corrente no Brasil, o Real, e vários outros produtos com demanda de um rigoroso e cuidadoso controle de segurança e qualidade.
O SICPA existe há mais de dez anos no bairro de Santa Cruz, Rio de Janeiro, e a localização estratégica –distante a apenas alguns quilômetros da Casa da Moeda Brasileira – oferece logística facilitada. Para trazer identidade arquitetônica amigável e atraente ao entorno e aos próprios funcionários, os arquitetos distribuíram os edifícios de forma regular no terreno, abrindo-os em varandas, pontes e marquises.
“O complexo abriga o novo edifício administrativo com estrutura metálica, além de outras construções, e está implantado em uma área de 26 mil m². São escritórios, fábricas, laboratórios, biblioteca, restaurante, cafeteria, clube de funcionários e jardins tropicais”, descreve o arquiteto Roberto Loeb. No interior, em vez de um ambiente fabril, acabamentos em cores claras, telas translúcidas e soluções vazadas ganham espaço. “São esses elementos que garantem uma atmosfera mais iluminada, confortável e menos fabril”, complementa.
Embora conveniente, a localização geográfica exigiu um programa extenso e especial. Era necessário organizar a produção, reformar os galpões existentes, introduzir edifícios de uso comum e projetar um novo edifício administrativo, capaz de acomodar funcionários antes instalados a alguns quilômetros de distância, na Barra da Tijuca. E mais: manter todas as edificações integradas e criar áreas comuns de convivência.
“O entorno mostrava-se carente de restaurantes e áreas de descanso. Como a fábrica fragmenta-se em vários prédios, abrigos de utilidades e vias concatenadas a diferentes rotinas de produção, integramos tudo no mesmo terreno. Para criar uma confortável área sombreada no interior, projetamos uma grande aba de telhas metálicas perfuradas. Elas projetam-se no primeiro andar além da aba por cerca de 5 m Roberto Loeb A solução veio com a criação de uma praça de acesso ao complexo”, detalha Loeb.
O layout dispõe os galpões alinhados e voltados para a praça conformada pelos edifícios administrativo e de convivência. O modelo sugerido pelo escritório LoebCapote Arquitetura e Urbanismo se distancia de outras plantas-padrão industriais e reforça a importância da valorização do funcionário e da área verde existente na gleba. Ao mesclar o ambiente fabril existente a edificações novas, houve um cuidado na arquitetura geral do complexo.
Na área de produção, a intervenção esbarrou nas condições do solo, que exigia o restauro do terreno e modernização das alas existentes. A grande dificuldade eram as vias de circulação de veículos. Elas estavam rebaixadas 1 m em relação à cota dos galpões. “Com esta situação inviável, desenhamos uma rua posterior aos blocos existentes e criamos programas de apoio como vestiários”, explica Roberto Loeb.
Premissa no projeto, a integração também acontece na sucessão de prédios que fazem parte da produção. Os volumes relacionam-se facilmente com o restaurante e a cantina, instalados no novo edifício construído na parte posterior, e interagem com os galpões. Loeb conta que para facilitar ainda mais o acesso dos funcionários foram construídas pontes metálicas.
Longilíneo, o novo edifício administrativo tem estrutura de concreto armado in loco e possui, aproximadamente, 200 metros e apenas dois andares. A grande extensão conformada em poucos pavimentos tem o propósito de manter a proporção com o restante do conjunto. O formato de extensão resolve linearmente os postos de trabalho. A escolha da cobertura metálica atende o conforto térmico necessário à construção. “A área quente e isolada exigia uma solução. Para criar uma confortável área sombreada no interior, projetamos uma grande aba de telhas metálicas perfuradas. Elas projetam-se no primeiro andar além da aba por cerca de 5 m”, revela o arquiteto.
Outro recurso que contribui para o conforto térmico do edifício é o grande espelho d'água localizado no térreo. Ele permeia toda construção de 15 m de largura, que se torna ilhada. Para o acesso, o escritório LoebCapote Arquitetura e Urbanismo destinou passarelas metálicas delgadas e elevadas com piso de madeira. Elas interligam as áreas da produção à área de convivência como se fossem varandas abertas, livres de fechamentos. No final, a sombra da marquise somada à circulação avarandada e ao espelho d'água criam as condições perfeitas para um ambiente ventilado e fresco.
A liberdade de layout e a flexibilidade fazem parte do projeto arquitetônico. A laje foi planejada livre das grandes áreas hidráulicas, como sanitários gerais e circulações verticais, o que permite eventuais mudanças no layout das salas ou mesmo uma expansão administrativa. “Isso é possível graças a um sistema de volumes plugados no edifício principal. No térreo, esses dois volumes ficam soltos no meio do espelho e abrigam as salas de reunião, parecendo duas pequenas caixas envidraçadas e ilhadas. O acesso acontece pelas varandas.
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