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Casa João Moura

Casa João Moura
Um deck que dialoga, ao mesmo tempo, com o interior da residência e com a rua movimentada é a estrela da reforma da Casa João Moura. Imagens: am.studio de arquitetura
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Tradição com requintes modernos

Texto: Thais Matuzaki

A Casa João Moura era uma tradicional casinha de bairro: pequena, sem muros e ainda conservava um telhado de barro. Essas características conferiam ao imóvel um astral singelo, semelhante ao das antigas moradias de vila, e foi a partir disso que o escritório am.studio buscou inspiração para a reforma da residência.

O destaque do novo projeto arquitetônico é o deck, que foi projetado para que os moradores conservassem o hábito de observar o movimento da rua, assim como acontecia antigamente. A diferença é que esse espaço ganhou um aspecto urbano atual, sendo suspenso sobre a laje da garagem e contextualizado com o entorno sempre tão movimentado, devido à proximidade com a estação de metrô Vila Madalena, em São Paulo.

De acordo com o arquiteto André Weigand, os clientes fizeram muitas buscas pelas quadras da capital paulista até o dia em que se depararam com essa casa de esquina. Foi amor à primeira vista: não hesitaram em adquirir o imóvel. “Como a maioria das pessoas que nos procuram, eles queriam uma moradia com referências tradicionais e também contemporâneas”, introduz.

O espaço ao ar livre funciona como uma varanda, que aumenta a conexão dos moradores com a cidadeFoto: am.studio

Além disso, como o casal costuma receber amigos em casa, havia a necessidade de aumentar a área social, que tinha uma pequena sala voltada para a rua, longe do jardim e com pouca incidência de luz natural. Mesmo com a declividade do terreno e a limitação do programa existente – três quartos, dois banheiros, sem nenhuma suíte –, as carências da Casa João Moura foram atendidas. “Aumentamos as aberturas de portas e janelas, ampliamos a área íntima e criamos um deck suspenso contínuo ao living”, cita Weigand sobre as principais intervenções.

Do deck ao jardim

Os telhados foram removidos e deram lugar a uma grande laje, em boa parte pré-existente. A construção possui três blocos: social, ligação e íntimo. Eles são definidos por diferentes alturas na platibanda e revestimentos distintos.

No entanto, a residência sofreu outras relevantes modificações, como a inclusão de tapumes. Além da questão da segurança, os muros de divisa com a rua foram utilizados como arrimo, para que o jardim ficasse nivelado e recebesse o deck, que surge na suíte principal. “Isso possibilitou a abertura de portas e, consequentemente, aumentou a incidência de luz natural no local”, comenta o arquiteto.

Na face frontal, o simples deck suspenso transformou-se na sensação do imóvel, ao estabelecer o diálogo dos moradores tanto com o interior quanto com os arredores do bairro. Através das portas e janelas, o espaço se abre para as salas de estar e jantar, que, por sua vez, interagem com a cozinha.

Exceto pelos dois dormitórios, a casa está completamente integrada. A área íntima se mostra para o jardim dos fundos e também da lateral. “Com isso, há maior ventilação e iluminação naturais, que reduzem o uso de luz artificial e do ar-condicionado”, explica Weigand.

Com a ampliação que alinha os blocos íntimo e social, criou-se um escritório no eixo de circulação íntimaFoto: am.studio

A maior interferência estrutural aconteceu na área privativa, com a transformação de dois dormitórios em uma suíte principal. Na extremidade oposta, uma ampliação foi feita alinhando os blocos privado e social. Assim, foi possível criar um novo dormitório e posicionar o escritório no corredor de circulação íntima. Conforme nota o arquiteto, “da sala já é possível vislumbrar o jardim e o profundo azul que reveste o muro posterior”.

Sustentavelmente econômica

Algumas soluções foram adotadas para que a Casa João Moura fosse sustentável e, por consequência, gerasse economia no consumo de água e de energia elétrica. Além de manter as árvores existentes nos fundos do lote – bananeira e mexeriqueira –, a residência ganhou uma cisterna interligada às caixas d’água, que coleta água pluvial a ser reutilizada nos vasos sanitários. “Também utilizamos iluminação de LED e água quente via aquecimento solar, além de termos reaproveitado a madeira removida do telhado para executarmos a marcenaria da cozinha”, sinaliza Weigand.

Variedade de materiais

Externamente, cada setor da casa teve um tratamento diferente. Por exemplo, o social foi descascado e o tijolinho original ficou aparente, enquanto as entradas foram pintadas de branco e o bloco íntimo ganhou um revestimento rústico na cor cinza. Para definir a entrada social, um grande painel de azulejos foi posicionado em frente à escada de acesso.

Na parte interna, os pisos de madeira foram recuperados e, em alguns casos, relocados. No mais, a cozinha e a garagem são revestidas de granilite; banheiros receberam ladrilho hidráulico e os passeios externos, tijolinhos.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2013
  • Conclusão da obra: 2015
  • Área do terreno: 334 m²
  • Área construída: 250 m²

Ficha Técnica

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