O Studio Guilherme Torres foi convidado, em 2015, para projetar uma residência com um programa simples. Os pedidos eram: uma morada com ambientes funcionais para apenas uma pessoa que, futuramente, desejava começar uma nova família e explorar ao máximo a vista para o fundo do vale que é uma zona de preservação permanente, projetando uma casa inteiramente em concreto aparente. Os arquitetos entenderam muito bem o pedido, desenvolvendo a Wing House.
A primeira ideia foi explorar o declive do terreno, locando o living integrado à cozinha e a piscina no nível mais baixo do terreno. No nível intermediário, foram planejadas as estruturas de serviços, um pequeno home theater e um escritório/quarto de hóspedes, ficando o piso superior reservado para três suítes. O objetivo do projeto era que todos os aposentos tivessem a mesma vista privilegiada para a natureza.
Os arquitetos criaram um vão livre cênico que enquadrasse a natureza e abrigasse o acesso principal da casa e garagem. Para gerar o efeito, uma empena revestida em cobre seccionou o terreno ao meio, dando suporte à estrutura superior da residência e criando um contraponto à arquitetura simples e escultural da casa.
A arquitetura é atemporal, mas o tempo não para Guilherme Torres
O paisagismo – assinado por Alex Hanazaki – tem aspecto natural e tropical, que além de conferir esse visual, permite que o jardim se mantenha sem muita interferência. O jardim se integra e permeia por todos os lados da residência.
O efeito escultural da estrutura de concreto se deu através de um “exercício de dobradura”, segundo o arquiteto Guilherme Torres. “Desenvolvemos os blocos pelos seguintes materiais: no subsolo um volume revestido em mármore, no piso intermediário um volume em cobre e no superior, uma caixa de madeira. Abraçando os três materiais, uma casca de concreto, que se limita apenas a dois pontos de apoio”, explica o arquiteto.
O conceito da morada é a simplicidade, visto que os acabamentos, encaixes e encontros de materiais são primorosos. A excelência na qualidade dos acabamentos é mérito do cliente, um perfeccionista e apaixonado por arquitetura.
“E como no hiato de tempo em que a casa foi erguida muita coisa aconteceu. Hoje, a casa abriga sua esposa, um filho pequeno e outro a caminho. A arquitetura é atemporal, mas o tempo não para”, finaliza o arquiteto.
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