O projeto Villa Deca foi desenvolvido pelos arquitetos do Studio Guilherme Torres com a intenção de ser uma casa de campo que revitaliza as sensações. Em 500 metros quadrados, o arquiteto Guilherme Torres buscou referências contemporâneas a fim de trazer para a casa um ambiente bucólico.
O projeto teve grande inspiração romana, em uma época na qual as casas eram delimitadas com a finalidade de abrigar famílias que ficavam restritas às suas terras. “Queria um espaço completamente integrado ao Jockey e de volumetrias insólitas. O fato de me inspirar no passado não leva de modo algum a uma arquitetura datada. Pelo contrário, busquei uma casa que nos atenda hoje e cumpre este anseio”, explica Guilherme.
O arquiteto procurou o mínimo de interferência visual no cenário. A casa possui formas surpreendentes e explora materiais crus, propondo um diálogo entre o concreto artificial e a areia, reconhecida como um elemento natural. “A casa não possui vidros ou fechamentos e se apresenta como se fosse uma grande varanda, um refúgio íntimo”, conta.
Trata-se de um ambiente minimalista com cores monocromáticas, variando entre o tom de cinza e a cor de areia. Por ser completamente aberto em quase toda sua extensão, o projeto torna-se amplo. A influência romana se evidencia pela bela cascata localizada logo na entrada. Internamente, encontra-se a sala de estar integrada ao quarto, além de uma sauna própria para banhos turcos – espaços ideais para relaxar e socializar. O projeto enaltece o valor do início de qualquer construção com o uso predominante do concreto.
Um dos destaques do projeto de interiores fica para a mesa Fities, desenhada pelo próprio arquiteto. Com 4 x 1,30 m (comprimento x largura), o tampo fica apoiado apenas em um ponto, totalmente produzida em Corian – combinação de acrílico de alta qualidade e minerais naturais – à prova de intempéries, raios UV e riscos.
Guilherme também projetou a cozinha gourmet inspirada em tendências apresentadas no Salão do Móvel de Milão 2014. O arquiteto desenhou um projeto industrial com conceito livre de portas e armários, eletrodomésticos embutidos e espaço todo produzido em aço inox.
Os materiais são poucos e quase todos estão na forma natural, explorados no seu limite. A parede de cobogó projetada com concreto possui 40 metros de comprimento, sem acabamento posterior e aliada ao limestone – rocha sedimentar composta com cálcio e aragonita. O material moderno figura nas paredes e no chão, criando uma estética surpreendente, traduzida pelo espelho d’agua e pela praça de entrada.
O arquiteto procurou fugir de recursos tecnológicos aparentes e evitou ao máximo o desperdício. “O estilo rústico está nos lavabos, onde utilizamos um tecido com estampa de onça, que contrapõe a fim de criar um espaço atípico e surpreendente. Este revestimento tem um toque suave e delicado como se fosse pele verdadeira”, comenta.
Outra referência marcante utilizada pelo profissional foi o arquiteto mexicano Luis Barragán, mestre da década de 1940 que atuou de maneira simbólica. Sua criação remetia tanto ao modernismo europeu quanto ao regionalismo tradicional latino.
“Acredito que a arquitetura brasileira deve mirar no futuro, sem deixar de lado a herança estética e histórica”, finaliza o arquiteto.
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