O bairro boêmio da Vila Mariana, na zona sul de São Paulo, foi escolhido para sediar a cervejaria Van Been Tap House, inspirada na produção de cervejas belgas e nas histórias de uma desbravadora família da Holanda.
O grande desafio para o escritório Vertentes Arquitetura foi materializar os pilares da arquitetura holandesa em um projeto despojado e, ao mesmo tempo, com espaços marcantes para uma experiência única aos consumidores.
“Para fazer alusão à arquitetura holandesa, país de origem da família do proprietário e que influenciou o nome do projeto, utilizamos uma mescla de tijolos de revestimento no exterior da cervejaria”, conta o arquiteto Adriano Couto.
O projeto arquitetônico tirou proveito das áreas comuns externas (calçada e o pátio aberto) que são bem providas de vegetação para conectá-las às áreas de consumo no interior do projeto, dando a sensação de um ambiente único de convivência.
Os arquitetos optaram pela estrutura metálica como sistema estrutural, viabilizando vãos livres na fachada frontal. Assim, a ausência de pilares na entrada do prédio favoreceu uma circulação fluida do interior para o exterior.
Outro fator determinante para a fluidez espacial são as esquadrias de vidro, que exploram ao máximo os vãos de abertura no pavimento térreo. Uma porta lateral contínua com sistema “mão-amiga” e duas grandes portas sanfonadas frontais se mantêm abertas durante o funcionamento da casa, revelando a área da câmara fria e do salão principal para as áreas externas e de acesso.
“Buscamos trazer leveza estética para o conjunto, além de agregar racionalidade e rapidez ao processo construtivo, que é um fator importante quando se trata de uma obra comercial com prazos exíguos para conclusão”, sintetiza Couto.
A adoção do sistema estrutural reforçou um conceito estético voltado para o industrial, um design desejável para uma cervejaria artesanal com produção própria.
Para a agilidade da obra foi configurado um programa enxuto, agrupando no térreo as taps (torneiras de chopp artesanal), a câmara fria, espaço para mesas, banheiros, caixa e um pequeno depósito.
Já o pavimento superior é ocupado por um salão livre com infraestrutura pronta para futuramente abrigar um espaço de produção de cerveja artesanal. O espaço foi inteiramente revestido com placas cimentícias moduladas seguindo os intervalos da estrutura, que destacam mais uma vez a estética industrial.
Aos fundos, uma praça ao ar livre dispõe bancos integrados ao paisagismo remanescente no terreno. Inicialmente idealizado como estacionamento, o espaço foi convertido em área aberta de usufruto geral, tornando-se um lugar para vizinhança e frequentadores tomarem uma cerveja ao ar livre ou simplesmente passearem com seu animal de estimação.
O escritório buscou estabelecer elementos ao projeto que agregassem valor para o entorno urbano. As gentilezas urbanas vieram em pequenos gestos como o banco contínuo em pedra (granito jateado) projetado próximo à calçada, o recuo frontal generoso e aberto para a rua e a especificação de um mural artístico que percorre o pé-direito duplo do salão, tornando-se visível para quem circula na rua Joaquim Távora.
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