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Tour Nestlé Chocolover

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Sobre a rodovia Presidente Dutra, a passarela de aço e vidro com película vermelha se destaca, chamando a atenção para a arrojada construção da fábrica Nestlé. Imagens: Leonardo Finotti
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Geometria estrutural

Texto: Tais Mello

A 109 km de São Paulo, na rodovia Presidente Dutra, que liga a capital paulista ao Rio de Janeiro, torres e passarelas metálicas com fechamento de vidro laminado e película vermelha chamam a atenção de quem passa pelo local, especialmente durante a noite, quando estão iluminados com lâmpadas de LED.

Essa configuração, além de auxiliar estruturalmente no contraventamento, permite um edifício mais esbelto, uma vez que os planos de vidro refletem diferentes figuras da paisagemGustavo Cedroni O uso da cor vermelha não foi casual, mas em função dos estímulos sensoriais por ela provocados, uma vez que a mesma desperta o apetite, sendo ideal para uma fábrica de chocolate. A moderna estrutura projetada pelo escritório Metro Arquitetos Associados é a fábrica da Nestlé, construída originalmente em 1971. Agora ela incorpora as novas instalações do Chocolover, o Museu do Chocolate.

Os principais objetivos da obra eram obter a visibilidade no entorno, marcando a paisagem, e resolver o conflito de fluxos entre o público externo e os trabalhadores. “Além disso, era necessário transformar o percurso de visitação de 713 m, pelas diversas etapas do processo de fabricação do produto, em um museu interessante e interativo, com novas mídias e recursos cenográficos”, revela Gustavo Cedroni, arquiteto e um dos sócios do escritório, ao lado de Anna Ferrari e Martin Corullon.

Estrutura metálica

Para corresponder às necessidades, foram criadas duas torres – a primeira com 17 m e a segunda, 10 m – e passarelas exteriores à fábrica. Uma delas, de acesso, apresenta vão de 15 m, e a outra, na saída de frente à rodovia Dutra, de 27,5 m. Já o balanço até a fábrica é de 5 m. As duas dispõem de escada e elevador. O conjunto exibe fechamento de vidro e volumetria de triângulos irregulares com peso total da estrutura somando 42 toneladas.

A estrutura metálica das torres e passarelas é composta por perfis tubulares de 100 mm de diâmetro com variações na espessura das paredes internas, proporcionado o mesmo detalhe de fixação: ora são painéis de vidro laminado com película vermelha (face sul), ora chapas de aço expandida tipo brise (face norte). Os módulos triangulares não-coplanares de 2,5 m se repetem a cada 10 m.

“Essa configuração, além de auxiliar estruturalmente no contraventamento, permite um edifício mais esbelto, uma vez que os planos de vidro refletem diferentes figuras da paisagem”, explica Gustavo.

O contraventamento é uma solução estrutural que permite às edificações resistirem a esforços laterais de ventos, por exemplo. Ao projetar uma estrutura, as maiores cargas são as verticais, de peso próprio e sobrecargas como móveis, pessoas, armários etc.

Em edificações altas ou construídas com elementos estruturais esbeltos – principalmente edifícios com estruturas metálicas – os efeitos de vento ou de outras cargas horizontais eventuais tornam-se consideráveis e devem ser resistidos por esta solução.

Termoacústica e ventilação natural

Os pisos em chapa de aço perfurada contribuem para a ventilação natural e a drenagem. As A diversidade de recursos museológicos desenvolvida deixa o percurso mais atraente e busca afirmar a identidade de cada produto da marca NestléGustavo Cedroni coberturas em chapa de aço lisa superior e inferior com EPS no miolo têm a função de melhorar o desempenho termoacústico.

Além da função estética, o uso do vidro permitiu a transparência e os reflexos desse material sobre a geometria não-ortogonal que projetamos, garantindo ao visitante uma vista para a rodovia a partir de uma cota privilegiada.

Museu do chocolate

No interior do percurso foram projetados 10 núcleos temáticos em função da produção da fábrica, desde a matéria-prima, passando pelos diferentes estágios de produção até a etapa final de embalagem. Cada núcleo tem cores, materiais e caráter distintos, como trilha sonora, narração e cenografia específica.

“A diversidade de recursos museológicos desenvolvida deixa o percurso mais atraente e busca afirmar a identidade de cada produto da marca Nestlé”, revela o arquiteto Gustavo. Para permitir a visualização dos espaços mais interessantes da fábrica, foram abertas janelas circulares em pontos estratégicos.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2009
  • Conclusão da obra: 2011
  • Área do terreno: 1.850 m²

Ficha Técnica

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