Mesmo com uma imponente e robusta volumetria, o hotel Silena se integra à paisagem de forma leve e natural. Localizado em Valles (Bolzano, Itália), a cerca de 1.300 m de altitude, o empreendimento foi repaginado pelo escritório noa* (network of architecture).
Antigamente, o local era ocupado pelo hotel Moarhof. Com o passar dos anos, os proprietários decidiram que era a hora de inovar, optaram por renomear a rede, redesenhar a arquitetura e ampliar o programa. Assim, um dos pedidos era que o novo projeto arquitetônico transmitisse a sensação flutuar sobre o terreno e de ser abraçado pelas montanhas.
“A natureza circundante, o projeto de interiores inspirado no sudeste asiático e o extenso programa foram pontos decisivos para o resultado desta transformação mística”, contam os arquitetos Stefan Rier e Lukas Rungger.
A parte mais antiga do outro hotel ocupava o lado sudoeste do terreno. Durante as obras optou-se por demolir as estruturas de apoio e os tetos falsos dessa edificação, para então trazer ao novo projeto o conceito naturalista-asiático. Já a ala sudeste foi preservada, pois seu prédio, marcado por uma fachada de painel de alumínio na cor pântano, fornece uma conexão visual entre o passado e o presente, além de chamar a atenção pelos detalhes.
De acordo com os autores, essa superfície exterior se assemelha às plantas do pântano, que parecem crescer no complexo do hotel e o envolvem na sua totalidade, por isso, a coloração foi mantida junto com a volumetria.
No piso térreo, a nova área de bem-estar transmite a sensação de estar ligada à paisagem com a sua fachada organicamente curva. Nesse espaço tem uma nova sauna, área de beleza, salas de relaxamento e piscina coberta. Na parte sul, há um novo lounge ao ar livre e outra piscina, meio coberta e meio descoberta.
No andar acima, está o restaurante do hotel, ampliado e redesenhado, que ganhou uma cozinha e um terraço ao ar livre. Os hóspedes podem fazer suas refeições agrupados nas ilhas ao redor dos pilares da sala de jantar ou em mesas mais reservadas.
Seguindo pelo corredor está a biblioteca e um pequeno salão de chá, construídos no setor sudeste. Ali, os visitantes podem se sentar de pernas cruzadas em tatames, o que aumenta a experiência de leitura. Há também espaços meditativos no lobby e lounge, logo depois da recepção, com lugares altos em um azul programático para trazer calma à atmosfera.
Os quartos foram dispostos no primeiro e segundo piso, todos ampliados e com varandas – cada um com mais de 30 m². O terceiro andar foi completamente reconstruído e tem dormitórios adicionais, além de uma suíte especial com sua própria sauna e oásis de bem-estar.
Além disso, outro andar foi construído numa edificação leve de madeira. No terraço há uma sauna panorâmica, sala de relaxamento, lounge e jardim ao ar livre, com muitas espécies de musgo e grama para combinarem com a fachada e o entorno. O rooftop desse novo edifício funde-se perfeitamente com o verde das montanhas circundantes, mesmo quando estão cobertas de neve durante o inverno.
“Incorporamos de forma consistente a aparência externa do hotel no design de interiores. O pântano, a natureza e o conceito asiático dominam o design dos 29 quartos recém construídos, das salas de leitura e suítes, zonas de bem-estar, restaurante, lobby, lounge e biblioteca”, concluem os arquitetos.
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