A robustez e opacidade do concreto armado aparente une-se à fragilidade do vidro em uma Horizontal, a edificação permite ao usuário ter total domínio visual e sensorial dos ambientes e das atividades desenvolvidas. Assim fica mais fácil estimular o exercício de diferentes atividades, integrando cultura, esporte e lazer Edson Elito construção feita para resistir ao tempo. No projeto do Sesc Santo Amaro, localizado na zona Sul de São Paulo, o escritório Elito Arquitetos Associados dosou a complexidade exigida em uma obra urbana, voltada para diversos públicos e atividades, com um partido compacto diante das dimensões do terreno – apenas 7.000 m² para uma área construída de 15.000 m², aproximadamente. “Horizontal, a edificação permite ao usuário ter total domínio visual e sensorial dos ambientes e das atividades desenvolvidas. Assim fica mais fácil estimular o exercício de diferentes atividades, integrando cultura, esporte e lazer”, resume Edson Elito, arquiteto do escritório.
Para cumprir as necessidades do programa, transparência e mobilidade ganharam evidência nas vedações e no mobiliário. É comum ver grandes panos de vidro transparente incolor integrando e dividindo a maioria das áreas livres de acordo com a necessidade. O mesmo material está presente nas fachadas, embora aqui o vidro laminado verde serigrafado – com retícula em forma de pequenos pontos na cor cinza – exerça a função de quebra-sol transparente. De olho na diminuição da carga térmica, todos os vidros externos são laminados verdes com tratamento especial. De acordo com Edson Elito, eles funcionam como brises, pois possuem serigrafia na lâmina externa de retícula 50% opaca em cinza. “O resultado é 67% menos incidência de raios solares e, consequentemente, maior conforto para os usuários, além da redução do uso do ar-condicionado”, expõe o arquiteto.
Várias medidas de sustentabilidade nasceram com o projeto. A água da chuva, captada na cobertura, é acumulada, filtrada e reutilizada nos banheiros e no sistema de alimentação das bacias sanitárias. Também é feita a retenção de águas pluviais – obrigatória por lei. Os chuveiros de todos os vestiários possuem água aquecida alimentada pela energia vinda do sistema de placas solares localizadas na cobertura. Para o aquecimento das piscinas, está sendo implantado sistema de aquecimento por placas solares.
Compartilham o terreno um subsolo, um edifício com térreo e dois andares, e uma área livre com cobertura. Em todo o partido, o concreto é o material empregado de forma abundante em lajes, pilares e vigas. No primeiro – o subsolo – cuja área acompanha toda a extensão do prédio, a estrutura é de concreto e lajes tipo cogumelo com apoio de capitéis. O segundo tem estrutura de concreto moldado in loco e abriga ambientes que exigem certo isolamento como cozinha, teatro, salas de condicionamento físico, dança, clínica odontológica, administração e oficinas de arte, além de comedoria, central de atendimento e salas multiuso. “No concreto aparente foram usados tensores entre as formas, impedindo a deformação no lançamento e cura da massa”, explica Edson Elito.
O terceiro espaço, junto ao prédio, é uma grande cobertura de aço com pé-direito triplo de até 15 m que abriga áreas livres de convivência, quadra poliesportiva coberta, vestiários, praças e piscina semiolímpica, que também é um espelho d'água. Dividido no sentido longitudinal, o edifício requereu duas coberturas diferentes. Nos espaços fechados, que compõem o edifício, a cobertura tem laje nervurada de concreto com vigas longitudinais. Nas áreas abertas, ela é metálica, formada por estrutura de aço e telhas metálicas com isolamento termoacústico.
Nos ambientes internos, o layout segue conceitos de transparência e integração do projeto de O resultado é 67% menos incidência de raios solares e, consequentemente, maior conforto para os usuários, além da redução do uso do ar-condicionado Edson Elito arquitetura. Os revestimentos de cada espaço obedeceram às necessidades do local. Nas áreas de escritório, o piso é elevado, em placas. O teatro, com capacidade para 279 pessoas, reúne três pisos: carpete, concreto polido e assoalho de madeira flutuante no palco, cada um com propriedades para melhorar a acústica, suportar o alto tráfego e proporcionar conforto. Nas áreas de convivência, circulações, comedoria, loja, rampas e salas de múltiplo uso, foi utilizado o granito polido nos ambientes internos e apicoado nas áreas externas. O chão da piscina exibe placas cerâmicas, enquanto decks e solários receberam quartzito. O piso flexível de borracha com revestimento poliuretânico colorido está presente na quadra do ginásio de esportes e na sala de ginástica multifuncional. Blocos intertravados fazem parte da pavimentação da área de serviço para carga e descarga. Para o mobiliário, itens como mesas, estantes, armários, bancos, balcões e floreiras são parte da criação dos arquitetos. “A necessidade de termos controle da procedência das madeiras levou à especificação da espécie híbrida lyptus, de reflorestamento, formada por dois tipos de eucalipto”, conta o arquiteto. Layout e mobiliário receberam obras de arte de artistas brasileiros como Amélia Toledo, Amilcar de Castro, João Câmara, Esther Grispun, Alex Cerneny, Speto, Eduardo Coimbra, Luis Hermano, Marcelo Silveira, Efraim Almeida, Véio, Motta Lima, Estevão, Berbela, Mauricio Silva, Elias Muradi, J. Borges.
Escritório
Termos mais buscados