Cartão postal de Belo Horizonte/MG, a Lagoa da Pampulha foi utilizada como pano de fundo para o projeto arquitetônico desta morada, desenvolvida pelo escritório Sito Arquitetura. Com nome óbvio, a Residência na Pampulha orienta a vista dos principais ambientes para a lagoa e seu entorno. Não por acaso, os cômodos que ficam no segundo andar usufruem dos melhores cenários, com total privacidade em relação aos vizinhos.
Eram exatamente esses dois pontos – a bela vista e a garantia de privacidade – que os clientes tinham solicitado. A solução mais simples para atender à demanda foi dispor o programa da residência em dois pavimentos, permitindo, assim, que os ambientes do último andar fossem mais reservados e, sobretudo, tivessem maior alcance visual.
Além disso, a arquiteta Anna Cristina Ávila afirma que houve um cuidado especial no tratamento do projeto pela sua inserção em um contexto urbano singular, no qual encontra-se o Conjunto Moderno da Pampulha, recentemente declarado Patrimônio Cultural da Humanidade. “Sempre visamos à coerência da edificação com o bairro”, explica.
A respeito do design da Residência na Pampulha, o pedido dos moradores era para que o imóvel se expressasse por meio de linhas marcantes e puras. Da mesma forma, as soluções arquitetônicas deveriam ser práticas e funcionais em relação à manutenção do dia a dia.
Segundo Ávila, a residência apresenta certa relação com os conceitos da arquitetura modernista, característica do Conjunto da Pampulha. “Apesar de não ter sido uma premissa para o projeto, as linhas retas e simples traduzem o estilo dessa escola”, comenta. “Mas, de forma geral, o conceito arquitetônico é contemporâneo, que valoriza os contrastes entre cheios e vazios, assim como os efeitos de luz e sombra”, acrescenta a profissional.
Um ponto importante para a concepção da Residência na Pampulha foi a implantação do imóvel em uma cota elevada, por meio da terraplanagem do terreno. Dessa forma, a orientação dos espaços explora ao máximo a insolação da fachada ao norte, onde ficam os dormitórios. Já a face oeste – voltada para uma melhor vista do lote – atenua a incidência solar por meio do sombreamento das aberturas, com a inserção de volumes superiores e pergolados.
O paisagismo, que foi desenvolvido pela própria proprietária, possui espécies de pequeno porte e gramados. “Esses componentes não obstruem a edificação; ao contrário, valorizam a arquitetura”, objetiva Ávila. Além disso, algumas espécies de palmeiras foram usadas para a marcação dos percursos e acessos principais.
Os materiais foram convencionais, já que a linguagem arquitetônica comporta pouca variação de elementos. Assim, predomina-se o uso de alvenarias rebocadas, pintura branca e vidros em caixilhos de alumínio natural.
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