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Residência Itahyê

Residência Itahyê
A construção se molda ao terreno em declive e tira partido dos obstáculos em favor da forma e da função. Sua transparência exibe os vários pavimentos interligados por pátios e passarela, em uma estreita relação com o entorno. Imagens: Pregnolato & Kusuki
Residência Itahyê
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Residência Itahyê

Aterrissada na natureza

Texto: Tais Mello

Uma casa totalmente adaptada ao terreno e mergulhada em uma paisagem privilegiada. A residência Itahyê, implantada em uma generosa área de condomínio na cidade de Santana do Parnaíba, São Paulo, é assim: cada um dos níveis, sempre que possível, está em contato com o solo, e os ambientes se voltam para a extensa mata preservada, que valoriza a vista e o partido arquitetônico. “Concebemos o projeto inspirados na interessante paisagem à frente”, esclarecem os profissionais do escritório Apiacás Arquitetos + Brito Antunes Arquitetura.

O resultado é a construção com uma relação extremamente franca com a rua, “mas isso só foi Procuramos estabelecer uma diretriz para a casa se apropriar do lugar e resolver-se naturalmente Anderson Freitas possível porque, desde o início, o morador concordou”, adianta um dos autores, o arquiteto Anderson Freitas. “Tivemos total liberdade para trabalhar. Apenas discutimos o programa para chegar a um consenso entre tamanho da planta x custo. Por conta de experiências anteriores negativas com reformas, o dono – um homem solteiro – aprendeu a valorizar a especialidade de uma construção, e não, necessariamente, apenas a escolha de materiais de acabamento, por exemplo”, justifica.

Com o sinal verde para fazer um projeto acima de tudo funcional, os arquitetos criaram uma edificação estritamente relacionada com o entorno. Os pátios, em diferentes pavimentos, ora mostram-se em contato com o estar, ora com o introspectivo terreno, que mantém um íntimo vínculo com a área de lazer da construção. “Estabelecemos uma diretriz para a casa se apropriar do lugar e resolver-se naturalmente. À medida que a obra se desenvolve, surgem as soluções de luminosidade, ventilação cruzada e o layout, de forma clara e pragmática”, revela Anderson.

O uso abundante de vidro integra os ambientes interna e externamente, trazendo transparência Foto: Pregnolato & Kusuki

Fachada móvel

Mantendo a coerência do projeto, a fachada, com muitos caixilhos e protegida por brises de madeira, é resultado do todo. O espaço interno influencia na estética final, uma vez que os painéis de vidro ficam diariamente expostos à insolação. “Como é muito importante que se abram para a paisagem, projetamos brises que filtram a luz do sol sem fechar a vista. Essas placas horizontais, móveis, também têm o papel de preservar, quando necessário, a vida cotidiana do morador”, explica o arquiteto.

A estrutura de concreto armado com caixilhos metálicos – vedados com vidro ou madeira – acompanha a espacialidade do terreno e segue um desenho simples e direto, determinado pelo uso e, de certa maneira, pela lógica construtiva. O uso abundante de vidro integra os ambientes interna e externamente, trazendo transparência. A farta entrada de luz natural durante o dia dispensa a iluminação artificial, além de propiciar uma boa ventilação. Apenas à noite a luminosidade artificial, sóbria e funcional, com desenho singelo, invade os ambientes.

Partido alto

Dois prismas interligados conformam a arquitetura da casa, projetada em um terreno alto e em Como é muito importante que se abram para a paisagem, projetamos brises que filtram a luz do sol sem fechar a vista Anderson Freitasdeclive. No primeiro, paralelo à rua, no nível do solo, encontram-se a área de lazer com sauna, ofurô e sala de descanso, além de toda a infraestrutura: reservatórios, bombas e filtros. A piscina faz a cobertura dessas áreas. Perpendicular à rua fica o segundo prisma, responsável por abrigar o setor íntimo e de serviços. Quartos, lavanderia e sala de TV estão no mesmo andar da garagem, conectados por uma circulação voltada para o pátio, de piso permeável. Este, por sua vez, está interligado à área de lazer e se estende até o passeio público formando, literalmente, uma rua interna.

Os pórticos perpendiculares ao volume dos quartos acomodam os ambientes restantes da casa; à frente, um abrigo para quem chega da rua sinaliza a entrada. Nesse módulo fica a cozinha unida às salas de estar e jantar por um pátio suspenso envidraçado, voltado para a principal vista: a mata preservada. Os caminhos e pátios que interligam o partido aproveitam toda a magnitude da natureza. Com tanto verde, o paisagismo é discreto e – porque não dizer: dispensável.

Escritório

  • Local: SP, Brasil
  • Início do projeto: 2011
  • Conclusão da obra: 2012
  • Área do terreno: 540 m²
  • Área construída: 350 m²

Ficha Técnica

Fornecedores desta obra

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