A arquitetura de interiores da produtora de cinema Abrolhos reflete o perfil da empresa. O projeto precisaria ser facilmente adaptável à staff. Sem divisórias, marcado pela flexibilidade de layout e com mobiliário de rodízios, o espaço implantado no Edifício Corujas, em São Paulo, tem ainda, uma das mais belas vistas da cidade.
“O trabalho coletivo faz parte do programa requisitado pelo cliente. Por esta razão, todo o staff reúne-se no mesmo ambiente, em mesas móveis. A exceção fica para a sala envidraçada com múltipla função: é ocupada pelo sócio e usada para reuniões formais”, contam as arquitetas Marina Cardoso de Almeida e Sarah Bonanno, do Tria Arquitetura.
Com foco no trabalho integrado entre os colaboradores, o projeto exigiu uma marcenaria com a função de organizar equipamentos de filmagens, figurinos e acessórios usados diariamente no espaço. O layout – sem paredes – acaba dando uma nova atribuição à estante central: ela também divide os ambientes e ainda funciona como superfície de lousa.
Ao abdicar de paredes divisórias entre os ambientes conseguimos diminuir os custos na obra. E ainda ganhamos a sensação de amplitude e transparência Sarah Bonanno“O design foi pensado especialmente para o local e a maioria dos móveis tem desenho sob medida. As mesas com rodízios permitem rápidas adaptações de layout e, na laje superior, ainda é possível viabilizar o cenário para algumas filmagens”, explica Marina Cardoso de Almeida. Esta grande marcenaria serve tanto para abrigar todos os materiais quanto para trazer certa privacidade ao presidente da empresa no ambiente totalmente aberto.
O aproveitamento de itens entregues pela construtora, como laje e estruturas aparentes, pisos elevados externos e infraestrutura de banheiros tornou a construção econômica. A arquitetura marcante do edifício Corujas foi respeitada e usada a favor do projeto, que tirou partido da estrutura de concreto. “Fechamos com vidro apenas o necessário, ou seja, a sala do presidente e de reuniões. A predileção do cliente por veleiros e o seu pedido para inserirmos elementos de praia, mar e barcos na decoração norteou a escolha das cores e revestimentos. Ao abdicar de paredes divisórias entre os ambientes conseguimos diminuir os custos na obra. E ainda ganhamos a sensação de amplitude e transparência”, comemora Sarah Bonanno.
Nas varandas do pavimento inferior e superior acontecem as reuniões informais e discussões da área de criação. O diferencial entre esse e outros escritórios do mesmo edifício são os 45 metros quadrados de área verde extra no andar superior.
“Onde antes só havia floreiras, propusemos remover trechos do piso elevado e criar jardins mais densos para que fossem feitas gravações ou eventos no local. As espécies foram definidas pela Camila Vicari, responsável pelo paisagismo do edifício”, revela Marina. Isso só foi possível porque os proprietários concordaram em aproveitar o espaço de maneira diferente, presenteando as pessoas e o lugar com muito verde.
A marcenaria foi trabalhada com poucos materiais, como a madeira de compensado naval – usada em barcos – e a fórmica. A escolha pelo piso vinílico obedece a dois parâmetros: em primeiro lugar, à flexibilidade exigida pelo piso elevado existente; e em segundo lugar, à sensação de aconchego dada pelo piso, que imita a madeira em tábuas largas e compridas. “O material se contrapõe à estrutura fria de concreto aparente, trazendo vida ao ambiente”, reflete Marina.
Na laje, a iluminação é aparente. As luminárias foram distribuídas nos locais de estar, na recepção e nas estações de trabalho. O projeto luminotécnico também considerou uma quantidade maior de pontos, ao prever a futura ampliação dos postos de trabalho no escritório.
Veja outro projeto que também utiliza o compensado naval: Taj Bar & Restaurante
Assista ao vídeo sobre o Edifício Corujas
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