O Pinheiro Guimarães 75 é um edifício residencial que fica em Botafogo, bairro da zona sul do Rio de Janeiro. Sua localização, entre uma rua de intenso fluxo de veículos e uma mata abundante que pertence ao Parque Natural Municipal Fonte da Saudade, foi a principal inspiração do escritório Cité Arquitetura, responsável pelo projeto arquitetônico.
O desafio, portanto, foi conciliar o movimento e o dinamismo da cidade com a tranquilidade da natureza. “Por se tratar de um edifício residencial, a nossa preocupação foi amenizar o agito e a hostilidade da rua movimentada”, declaram os arquitetos Celso Rayol e Fernando Costa.
Por isso, a entrada do edifício foi recuada, aumentando, assim, a área da calçada. Para os profissionais, essa generosidade com o espaço público – logo em frente ao prédio – é um dos diferenciais do projeto.
Além disso, apesar de reduzido em termos de área, o paisagismo concebido por Sérgio Santana também ajuda a qualificar e tornar mais agradável a ambiência da rua. O trabalho do arquiteto paisagista restringiu-se à recomposição de um talude nos fundos do terreno e à disposição de um jardim frontal que só foi possível por conta do recuo do gradil.
Nesse mesmo sentido, os perfis verticais em madeira e alumínio branco no embasamento do edifício se propõem como filtro visual, enquanto o grande plano envidraçado da entrada garante a continuidade entre hall e calçada. Por ali, chama a atenção, ainda, a inclinação do teto da portaria, que enfatiza a sensação de mudança de escala da rua para dentro do prédio e vice-versa.
Para fechar a composição da fachada, generosas varandas expandem a área social das unidades ao se projetarem sobre o corpo do edifício em direção aos dois cartões postais mais conhecidos do Rio de Janeiro – o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar.
Com o objetivo de valorizar a materialidade das varandas, os arquitetos substituíram os pontos de luz (que habitualmente são centralizados no teto) por apenas uma luminária reta recuada. “Dessa forma, também ressaltamos o pé-direito duplo do ambiente – algo raro, hoje em dia, nos edifícios da cidade”, complementam Rayol e Costa.
A sensação de acolhimento e conforto foi a principal premissa para o projeto de interiores do Pinheiro Guimarães 75. “A ideia era criar um contraponto entre o exterior mais veloz, agitado e urbano e o interior mais calmo, acolhedor”, explicam Rayol e Costa.
O material que contribui para isso é a madeira. De acordo com os arquitetos, ela foi utizada como revestimento tanto para as paredes quanto para o teto, pois confere uma sensação mais “calorosa” aos ambientes, como hall de entrada, portaria e varandas (forro). “Com a fachada em sua maioria branca, o marrom da madeira ganha ainda mais destaque no projeto”, pontuam.
Nas áreas de lazer do residencial, que incluem sala de cinema, espaço gourmet, brinquedoteca, bicicletário, piscina, spa e sauna, criou-se um desenho assimétrico no piso e detalhes na comunicação visual para conectar os ambientes.
São elementos cromáticos feitos sob medida, tais como a estante em forma de árvore (localizada no espaço infantil) e a caixa de correio na portaria, que se contrapõem ao metal, à madeira e vidro.
Segundo os arquitetos, as plantas das unidades seguem um padrão mais tradicional. Ainda que compartimentados, os ambientes têm uma ordenação lógica dos espaços, em que a altura dos rebaixos e a adequação dos pisos facilitam e viabilizam futuras reformas conforme necessidade do morador.
Escritório
Termos mais buscados