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A missão de inserir o Brasil no cenário artístico mundial reflete-se na equilibrada arquitetura do Museu de Arte do Rio, responsável por unir a história e a contemporaneidade. Imagens: Andres Otero
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Voltado para o futuro

Texto: Tais Mello

No centro antigo do Rio de Janeiro acontece uma grande intervenção arquitetônica com o objetivo de revitalizar a região. Entre as várias edificações envolvidas está o MAR – Museu de Arte do Rio e a Escola do Olhar, com projeto desenvolvido pelos arquitetos Paulo Jacobsen e Thiago Bernardes, do escritório Bernardes+Jacobsen Arquitetura. Durante a obra, além do cuidado obrigatório de analisar e respeitar os diferentes níveis de Estamos nos referindo a uma arquitetura de caráter poético e carregada de significado; simples e, ao mesmo tempo, moderna na questão de cálculo estrutural Paulo Jacobsen tombamento e preservação das construções, os profissionais enfrentaram o desafio de unir em um complexo cultural duas edificações de arquiteturas distintas. De um lado, o Palacete Dom João VI – datado do século 20 e tombado desde o ano 2000 –, que apresenta estilo eclético; do outro, o prédio antes ocupado pelo Hospital da Polícia Civil e terminal rodoviário Mariano Procópio, dos anos 1940, que ostenta linhas modernistas. “Era preciso criar um projeto que envolvesse as diferentes linguagens e integrasse Museu e Escola de forma eficiente, por isso, propusemos uma praça suspensa na cobertura do prédio da Polícia, que reúne todos os acessos, além de um bar e uma área para eventos culturais e atividades de lazer”, explica Paulo Jacobsen. Ao estabelecer um sistema de fluxo e concentrar os acessos no pavimento superior, o arquiteto ainda determinou o programa de visitação, feito apenas de cima para baixo.

MAR e Escola do Olhar

Em função dos vários pés-direitos altos e da planta livre de estrutura, o Palacete foi escolhido para abrigar oitos salas de exposição, salas de aula, um auditório, restaurante, cafeteria, áreas de apoio técnico e recepção, além de um terraço panorâmico e praça coberta aberta ao público, distribuídos nos quatro pavimentos do Museu. No prédio da Polícia funciona a Escola do Olhar, cuja proposta é formar professores e alunos a partir da união entre arte e educação. A construção dispõe de auditório, salas de exposição multimídia e salas para as áreas de administração e funcionários do complexo. Com forma abstrata e etérea, a cobertura translúcida da praça suspensa chama a atenção e pode ser vista tanto de perto quanto de bem longe – tanto de baixo, para quem está chegando à Praça Mauá, quanto de cima, para quem está no Morro da Conceição. De concreto armado e portando 800 toneladas, a estrutura consegue ser fluida e extremamente leve, pois simula a ondulação da superfície da água. “Estamos nos referindo a uma arquitetura de caráter poético e carregada de significado; simples e, ao mesmo tempo, moderna na questão de cálculo estrutural”, resume o arquiteto.

A cobertura conecta visualmente as duas edificações: o MAR e a Escola do Olhar, uma de estilo eclético, a outra, modernista Foto: Andres Otero

Estruturas conectadas

Visualmente, os edifícios são integrados por meio da praça, da cobertura e de uma passarela Para equilibrar a altura das duas construções propusemos a supressão do último pavimento. E substituímos as alvenarias de fechamento das fachadas por perfis de vidro translúcido Paulo Jacobsen suspensa, que possibilita o acesso controlado, formando um conjunto arquitetônico harmonioso. “Para equilibrar a altura das duas construções propusemos a supressão do último pavimento. Também substituímos as alvenarias de fechamento das fachadas por perfis de vidro translúcido”, revela Paulo Jacobsen. A solução deixa o sistema estrutural de colunas recuadas aparente e revela os pilotis, que hoje comportam diversas construções. Antes, os pilotis eram utilizados como acesso para a rodoviária. Transformado em um grande foyer, ele é capaz de comportar, também, áreas de exposição de esculturas. Na marquise da Rodoviária, tombada pelo patrimônio da Cidade, funcionam banheiros, loja e a áreas de carga, descarga e depósito.

Parcerias e objetivos

Com colaboração entre a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Fundação Roberto Marinho, e o apoio do Governo do Estado e do Ministério da Cultura, o complexo cultural ocupa 15 mil m² e tem a missão de promover uma leitura transversal da história da cidade, englobando tecido social, vida simbólica, conflitos e contradições, desafios e expectativas sociais. Para isso, o ensino da arte é difundido por meio de programas educativos nas escolas públicas e municipais.

Escritório

  • Local: RJ, Brasil
  • Início do projeto: 2010
  • Conclusão da obra: 2013
  • Área do terreno: 2.300 m²
  • Área construída: 11.240 m²

Ficha Técnica

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