Ao passar pelas mãos do arquiteto Pietro Terlizzi, o Loft Faria Lima se transformou numa extensa vitrine que expõe, em seus 12 metros de comprimento, a vista do Largo da Batata, em São Paulo (SP). Inspirados nos lofts nova-iorquinos e europeus – que tem como base a integração dos espaços –, todos os ambientes do apartamento desfrutam dessa paisagem.
A partir de uma planta original sem muitas opções de ideias, conseguimos transformá-la num ambiente com bastante flexibilidade de layout, iluminação e decoração Pietro TerlizziSegundo Terlizzi, a planta original do imóvel era extremamente compartimentada. Tal configuração deixava os cômodos pequenos ao contrário da sacada que ocupava boa parte do apartamento.
Para viabilizar a conexão de todos os ambientes, o arquiteto precisou realocá-los e rearranjá-los, como foi o caso da cozinha, da área de serviço e do lavado. Além disso, um dos dormitórios foi demolido para aumentar tanto a área da suíte quanto do estar, que por sua vez também teve as paredes removidas para definitivamente conectar-se à varanda.
O fechamento em vidro da varanda foi outra solução que contribuiu para integrar esse ambiente à sala de estar. Sob caixilhos, o vidro percorre toda a fachada do apartamento. De acordo com Terlizzi, essa abertura ainda oferece tanta luz natural, que a luz artificial é dispensada durante o dia. Para ganhar privacidade, utilizou-se uma persiana móvel automatizada.
“A partir de uma planta original sem muitas opções de ideias, conseguimos transformá-la num ambiente com bastante flexibilidade de layout, iluminação e decoração”, comenta Terlizzi.
No entanto, as mudanças radicais trouxeram dificuldades de adaptações, sobretudo, hidráulicas e de impermeabilização. Uma delas foi pensar em alguma solução para a existência de uma prumada de água pluvial (dois tubos de 4”) que sai da cobertura do prédio e fica praticamente no centro da sala de estar. “Nos deparamos com ela quando removemos a parede para integrar a sala e a varanda. Apesar desse elemento não ter função estrutural, ficamos sem nenhuma chance de reposicioná-lo, então tivemos de pensar em outra coisa”, afirma.
No primento momento, o arquiteto propôs a instalação de uma lareira de fluido. Com isso, os dutos de água seriam utilizados como se fosse a chaminé, porém, o cliente pediu uma segunda opção. Dessa vez, Terlizzi sugeriu um pilar falso, executando-o em duas partes deslocadas, imitando um cisalhamento. Essa brincadeira criou um efeito curioso ao Loft Faria Lima.
Como menciona Terlizzi, o cliente já morou nos Estados Unidos e na Espanha (Barcelona) e gostaria de um apartamento com o estilo desses lugares. O arquiteto escolheru, portanto, mesclar o rústico com o moderno, empregando materiais brutos e outros elementos mais delicados.
“Para resultar nesse mix, usamos madeira cumaru no assoalho, revestimento de tijolo e texturas de concreto nas paredes, além de azulejo (cozinha e banheiro), vidro e pedra silestone”, cita o arquiteto. Ele lembra que os dois primeiros materiais são renováveis e ajudaram a obra a ser sustentável.
Fechando a composição, vasinhos e plantas espalhados pelo lavabo, cozinha e banheiro, levam vida ao apartamento.
Sem contar a forte presença de iluminação natural através do 12 metros da varanda, o Loft Faria ainda possui um criterioso projeto luminotécnico elaborado pela equipe de Pietro Terlizzi. Trilhos e luminárias embutidas no teto e até mesmo na estante da TV criam inúmeras possibilidades de cenários.
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