A contemporaneidade combinada à tradição cultural e ao barroco de Minas Gerais guiou o arquiteto David Guerra no desenvolvimento do Empório Santa Isabel, que fica em Belo Horizonte (MG). “Tendo como conceito o afeto, o empreendimento seguiu o princípio norteador do resgate, transmitido por meio das escolhas dos materiais, das boas lembranças e das sensações de proteção, harmonia e felicidade”, descreve o responsável pelo projeto arquitetônico.
As fachadas assemelham o edifício a um forno, trazendo calor e aconchego para as refeições dos clientes que o frequentam. Possuem estrutura metálica pintada com tinta automotiva e foram revestidas de placas cimentícias com texturas de barro.
“As fachadas trazem a ideia da tradição e do acolhimento. Com panos de vidro e esquadrias de alumínio, dão leveza e tornam o lugar amplo e convidativo”, observa o arquiteto.
O diferencial do Empório Santa Isabel está em seu design, com a utilização de panos de vidro e estruturas metálicas tanto no projeto de arquitetura quanto no mobiliário, o que confere contemporaneidade, fluidez e leveza ao ambiente como um todo.
Ao mesmo tempo, seu interior evidencia a tradição mineira por meio da utilização de materiais que trazem conforto e acolhimento, como as placas cimentícias com textura de barro e bambu, complementados, ainda, pelo projeto paisagístico do entorno.
“Inspirado no interior de Minas Gerais, o paisagismo foi concebido com árvores frutíferas e jardins verticais compostos por grades antigas que sustentam vasos de plantas”, conta Guerra. “A união desses elementos compõe um ambiente convidativo externamente e acolhedor internamente”, completa.
O terreno de 440 m² era pantanoso, por isso a estrutura do subsolo teve de ser feita através de um dreno. Ao todo, o Empório Santa Isabel é composto por quatro andares, com um total de 1.050 m² de área construída. A setorização do prédio foi feita para permitir uma maior funcionalidade e fluidez entre os ambientes.
Espaços amplos foram criados usando-se o próprio mobiliário como divisor, proporcionando assim uma permeabilidade visual, de forma que toda a parte de exposição dos produtos e de convivência dos clientes pudesse ser vista e ficasse integrada com a área externa.
O setor de serviços, produção e administração permanece em um ambiente mais íntimo. Ainda ficam no local o estoque e depósito de alimentos, o vestiário para os funcionários e a área de produção dos pães.
O primeiro andar abriga a padaria, a pâtisserie, o empório e a cozinha de apoio, além de produtos expostos em prateleiras e os caixas. “Ao fundo, a estante metálica expõe uma seleção de vinhos”, menciona Guerra.
Já o segundo pavimento tem uma bela vista para o jardim externo. Uma passarela liga um canto a outro e à varanda aberta, com teto forrado em bambu. “Esse mesmo material foi utilizado na escultural luminária que percorre todo o teto do empório, criando um ambiente intimista, com uma iluminação impactante”, revela o arquiteto.
O projeto de interiores partiu do princípio da mescla entre contemporâneo, tecnologia e tradição mineira, a ser alcançado por meio da escolha de materiais. “No mobiliário, foram utilizados, então, metal e madeira para as prateleiras de produtos, metal para a estante de vinhos e mesas e cadeiras de madeira”, conclui Guerra.
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