A combinação entre simplicidade, espaços generosos e uma acurada composição de materiais caracteriza o Edifício Vertical Itaim, projeto do escritório studio mk27 – Marcio Kogan + Carolina Castroviejo. Com apenas 13 pavimentos e 10 apartamentos-tipo de 144 m² cada – um por andar – o prédio localizado no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo, explora em sua fachada painéis perfurados de madeira e concreto armado aparente.
“A ideia é proporcionar máximo conforto térmico ao interior dos apartamentos. Para isso, os moradores podem regular a temperatura dos ambientes ao movimentar os painéis presentes nas fachadas norte e leste, proporcionando maior ou menor sombra, de acordo com a incidência do sol, sempre que necessário”, explica Marcio Kogan, autor do projeto.
A ideia é proporcionar máximo conforto térmico ao interior dos apartamentos. Os moradores podem regular a temperatura dos ambientes ao movimentar os painéis presentes nas fachadas norte e leste, proporcionando maior ou menor sombra, de acordo com a incidência do sol Marcio KoganOutro recurso explorado pelos arquitetos é o fato de os painéis serem perfurados, o que lembra os muxarabis árabes. Com padrão quadriculado e pequenos furos, elementos vazados permitem a entrada do vento, tornando o interior muito mais fresco e agradável.
Com forte referência aos edifícios brutalistas, presentes na metrópole paulista do século 20, o concreto aparente é feito com fôrma de madeira ripada e compõe as fachadas sul e oeste. Este é um forte elemento que se destaca no sistema construtivo convencional escolhido. Presente nas grandes empenas, a textura desses painéis ripados oferece um belo e poético efeito quando iluminada pelo sol. Todas as fachadas do prédio valorizam os materiais empregados. Há ausência de pintura e a coloração é própria dos materiais aparentes.
Para controlar a luz do sol e oferecer conforto térmico, muxarabis distribuem-se pela construção de acordo com a insolação existente. A implantação e planta do Edifício Vertical Itaim segue a melhor incidência de luz natural no interior dos apartamentos, por isso o uso de iluminação artificial no período diurno é dispensável. Os painéis com perfurações quadriculadas também deixam o ar entrar, tornando as residências sombreadas, ventiladas e naturalmente agradáveis.
Outro recurso explorado pelos arquitetos nos painéis é a mobilidade. Eles podem ser movimentados em diversas horas do dia e atendem aos diferentes usos e ocupações dos apartamentos. A consequência disso é a formação de vários desenhos, que surgem à medida que o sol se movimenta. Os efeitos da luz tornam as fachadas dinâmicas – uma verdadeira fachada viva. Já o interior do edifício ganha desenhos de sombras com efeito poético.
O terreno de 620 m² teve o máximo de aproveitamento. “Foram 3.045 m² de área, distribuídos em um prédio de pequena escala, quando comparado às grandes edificações modernas. O resultado é uma relação amigável entre a cidade e seu entorno”, analisa Kogan.
A configuração de cada um dos andares é versátil. A planta pode ser configurada como um loft aberto e moderno, mas também pode ser um apartamento tradicional, em um andar, com duas suítes. “O tamanho e as necessidades da família determinam a planta”, esclarece Carolina.
Foram 3.045 m² de área, distribuídos em um prédio de pequena escala, quando comparado às grandes edificações modernas. O resultado é uma relação amigável entre a cidade e seu entorno Marcio KoganNesse modelo, apenas o núcleo de circulação vertical e serviços, próximo à lateral sudoeste do edifício, é fixo. A solução diminui a interferência de elevadores e da escada na planta livre.
São 13 andares, 10 apartamentos e o máximo de integração entre interior e exterior, proporcionada pelos grandes panos de vidro localizados nas salas, de cada unidade, voltadas para o leste. A sala dos apartamentos está posicionada longitudinalmente em relação à fachada.
“As grandes aberturas integram varandas de 3x3,70 m, que mais funcionam como uma extensão do estar. Elas são protegidas pelos brises de madeira, que deslizam de um lado para o outro, acompanham a fachada dos quartos, sombreiam os ambientes e garantem a privacidade”, descreve Marcio Kogan. O térreo, elevado sobre pilotis, mantém a forte ligação entre ambientes internos e externos por meio do jardim.
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