Destinada à venda de revestimentos internos e externos para edificações, a Colormixstore ganhou uma nova loja em São Paulo, na estratégica avenida Gabriel Monteiro da Silva. O prédio fora inteiramente reformado pelo escritório Basiches Arquitetos Associados, que buscou criar um impacto visual através da concepção de uma fachada diferenciada, com poucas aberturas e utilização de um único material, desenvolvido especialmente para este projeto.
A construção existente apresentava algumas divisões internas e desníveis de laje que dificultavam a criação de espaços livres e integrados. Por conta disso, os arquitetos tiveram que fazer reforços estruturais e refazer as lajes em alguns pontos da edificação.
No térreo, parte da loja foi demolida internamente para criar um pé-direito mais alto e conseguir instalar o elevador. Na parte superior, várias paredes foram demolidas com a intenção de criar um salão único. Para isso, os arquitetos tiveram que reforçar a estrutura do telhado com novas treliças metálicas. Parte da fachada existente foi demolida e refeita para conseguir o efeito desejado dos planos desencontrados.
Para a fachada, o escritório optou por um produto fornecido pela própria loja, totalmente exclusivo e diferenciado, o qual foi aplicado em repetição.
“Desenvolvemos em conjunto com o cliente uma aleta em formato triangular com estrutura interna em chapa metálica revestida em porcelanato que imita mármore”, relata o arquiteto Ronaldo Shinohara.
As aletas foram feitas sobre uma estrutura metálica em chapa dobrada instalada sobre trilhos, embutidos nas paredes da fachada. A loja possui uma tecnologia de corte e emendas de porcelanato que as tornam quase imperceptíveis. Todo o conceito e produção dessas aletas foi desenvolvido em conjunto com a Colormix.
Na parte interna do andar térreo, a intenção era trazer a atmosfera de uma galeria de arte, com espaços livres e sem divisões que valorizassem as amostras. A quantidade de produtos expostos era enorme, por isso a preocupação do escritório em não criar um ambiente visualmente carregado.
No pavimento superior fica o showroom mais tradicional com diversos móveis em exposição e mesas de atendimento. Apesar do grande número de produtos, foi possível gerar um ambiente visualmente leve através do uso de revestimentos em tons similares e neutros e também através de um estudo detalhado de composição do mobiliário e marcenaria.
Como a loja está dividida em dois pavimentos, foi possível criar espaços bem distintos. No térreo, por exemplo, todas as amostras estão nas paredes, sem a utilização de móveis expositores. Elas foram diagramadas e instaladas com molduras desenhadas pelos arquitetos e divididas em temas estipulados pela loja. Na parte superior, toda a marcenaria foi concentrada nas periferias dos espaços, de modo que há apenas uma bancada de mostruário na parte central.
Praticamente todos os revestimentos de piso, parede, aletas, bancadas e bancos são vendidos pela loja, inclusive na parte do terraço. Todas as emendas e paginações foram feitas em conjunto com o cliente no intuito de demostrar a qualidade de corte e emenda das peças. O desenho personalizado do piso, feito pelo artista plástico e fotógrafo Flavio Samelo, é uma das tecnologias fornecidas pela loja.
“Trabalhamos com revestimentos e cores neutras para dar destaque aos produtos. Importante destacar a importância do projeto luminotécnico, que ajudou na valorização do projeto” relata o arquiteto José Ricardo Basiches.
“É uma reforma que desperta certa curiosidade, por causa do revestimento de fachada que é uma peça especialmente desenhada para esse projeto, ele cria um movimento diferenciado através de seu perfil triangular. Reforçado ainda mais pela cor branca”, complementa Shinohara.
O projeto de iluminação – realizado em conjunto com a Lux Projetos – também buscou deixar todo o protagonismo para os produtos comercializados. Foram utilizadas luminárias instaladas sobre trilhos lineares ou pendentes lineares que trabalhavam com iluminação direta e indireta. Já na fachada, a iluminação reforçou o conceito de volumetria proposto pela arquitetura.
O projeto de paisagismo optou por manter as palmeiras da fachada e criar, no terraço externo da parte superior, um espaço de estar com bancos cercado por espelhos d’água com vasos e jardim vertical.
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