A associação BSGI é a representação no Brasil da SGI (Soka Gakkai Internacional) – uma entidade budista presente em todo o mundo, inclusive, em diversas cidades brasileiras. Para a sede cultural de Curitiba (PR), a HARDT Planejamento propôs uma edificação monolítica cujas formas em vidro, granito flameado e empenas brancas carimbam a identidade do projeto arquitetônico.
Segundo a equipe da HARDT, a comunidade da BSGI de Curitiba estava instalada num pequeno prédio do bairro Jardim das Américas. Mas em 2015 transferiu-se para o novo centro cultural, num terreno do Bairro Alto que ultrapassa 6 mil m².
Por conta da dimensão do lote, os arquitetos da HARDT implantaram o bloco da BSGI na sua porção central, criando afastamentos generosos das divisas. Além de permitir uma eventual ampliação, isso trouxe visuais aos ambientes internos e ainda possibilitou a articulação de pequenas praças ao redor do prédio. São cinco delas, cada qual representando um elemento importante da cultura budista e da Soka Gakkai, abraçando o conjunto.
A entrada principal do Centro Cultura Curitiba, destacada por uma marquise metálica, foi posicionada na porção central da edificação que fica em frente à rua. Já o acesso secundário, pelo qual os usuários se direcionam assim que estacionam seus veículos, também se mantém ao centro, partindo, porém, da face posterior do edifício. Além disso, duas “abas” – inseridas nas faces frontal e posterior do conjunto e protegidas pelas empenas – estabelecem um acesso especial dedicado exclusivamente às autoridades da instituição.
Ao concentrar toda a circulação no centro da planta, a HARDT conferiu grande permeabilidade ao conjunto da BSGI de Curitiba. E foi a partir disso também que os ambientes do térreo se articularam. A leste estão auditório para 500 pessoas, salas técnicas e acesso de serviços, enquanto a oeste dispõe-se salas administrativas, sanitários, sala para convidados e outro auditório para 200 visitantes.
No andar superior, marcado pela passarela suspensa sobre o hall, foram distribuídos os espaços multiúso, como salas de oração, de aulas, música e de ensaio, bem como os escritórios e uma conexão que leva ao “camarote” do auditório principal.
A volumetria do Centro Cultural Curitiba exibe duas fachadas distintas, em resposta, sobretudo, às questões funcionais exigidas pelo programa. Em comum entre elas somente os materiais utilizados (vidro e granito flameado) e a cobertura angulada que se sustenta através de empenas inclinadas. Tais soluções, estabelecidas para resguardar os ambientes internos da incidência solar direta, no final das contas deram movimento ao conjunto.
Enquanto a fachada posterior segue em boa parte recuada, a principal projeta alguns volumes do piso superior para fora do edifício, dinamizando a volumetria. De acordo com os arquitetos, o objetivo era aumentar a área útil da sala de música e dos escritórios que estão nesse andar.
Aberturas zenitais contribuem o controle térmico da edificação. No inverno rigoroso de Curitiba, as janelas basculantes ficam fechadas, garantido a permanência do calor dentro da edificação. Já no verão, elas são abertas, liberando o ar quente e criando um efeito-chaminé no centro do edifício, com tomada de ar pelas portas de acesso e pelas janelas laterais.
No quesito acústico, os auditórios ganharam um sistema de controle de ruídos composto por diversas camadas de materiais isolantes abaixo da telha sanduiche e junto ao forro.
Centro Cultural da ADUnB, por NV Estúdio Arquitetura
Centro Cultural Jabaquara, por Shieh Arquitetos Associados
Japan House, por FGMF Arquitetos e Kengo Kuma And Associates
Escritório
Termos mais buscados